O Diretor de Relações Institucionais da Dasa, Luiz Gastão Rosenfeld, mostra as diferenças operacionais e de custo, com tabela de índices, relativos entre os dois modelos
A tecnologia atual dos equipamentos de laboratório clínico conduziu, em todo o mundo, à organização de grandes núcleos técnicos centralizados onde os equipamentos automáticos realizam, cada um, milhares de testes por hora dos exames de alta freqüência. Os exames antes de baixa freqüência, nessas centrais, tendem a um significante aumento, pois esses centros recebem amostras de milhares de pacientes por dia, atendidos em unidades descentralizadas, trazendo significante aumento de sinergia e produtividade.
A tecnologia da informação hoje suporta um sistema seguro de cadastramento único de pacientes; identificação de amostras por código de barras e transmissão e impressão de resultados à distância, proporcionando absoluta segurança nessa centralização. Os níveis de automação são elevados para quase todos os tipos de exames e o controle da qualidade, muito mais rigoroso, proporciona níveis de coeficientes de variação entre 1% e 3%, níveis esses nunca atingidos nos antigos laboratórios de baixo volume que há poucos anos operavam com coeficientes de variação entre 5% e 10%, quando não de 30%.
A disponibilidade de capital para os grandes investimentos, para a logística envolvida na movimentação de amostras, estrutura organizacional dinâmica e o conhecimento e experiência dos profissionais são necessários para a viabilização dessas organizações.
O custo operacional antes concentrado na execução dos exames desloca-se para o atendimento dos pacientes, logística, tecnologia da informação e gestão do conhecimento e operação. Isto propicia um custo final menor para as fontes pagadoras permitindo uma democratização maior dos recursos de alta tecnologia e qualidade na área de medicina diagnóstica.
Essa é a visão da Diagnósticos da América, que permite o acesso ao mesmo produto de alto nível técnico e de qualidade, por meio de suas diferentes marcas, com custos diferenciados aos diversos segmentos de planos de saúde e da população.
O segmento de laboratório clínico hospitalar também passou por forte transformação. Foram desenvolvidos equipamentos automáticos de médio porte, com alta velocidade de execução e baixíssimos níveis de interferência medicamentosa; sistemas precisos de beira de leito (point of care) e exames com alto valor preditivo, facilitando e solidificando a decisão médica. Na gestão da saúde e hospitalar passou a ser visão comum que quanto mais curta a permanência do paciente e mais efetivo os resultados, menores serão os custos do paciente internado.
Os modelos de unidade laboratorial hospitalar da Diagnósticos da América são focados na rápida execução diuturna (operação e fluxo contínuo) dos exames que suportam as mais frequentes decisões clínicas. Esses exames são realizados no próprio hospital por equipe técnica treinada; com equipamentos que permitem execução, uma a uma, dos exames; com baixo nível de interferência e alta precisão técnica.
São disponibilizados nos núcleos técnicos ou até em laboratórios de apoio no exterior a mais ampla gama de exames que suportam decisões em casos clínicos mais complexos, com redução das vias indiretas de diagnóstico mais onerosas e demoradas. Finalmente disponibilizamos o apoio médico na indicação e interpretação dos exames de forma a permitir que o médico do paciente possa orientar o diagnóstico ou terapêutica sem depender, em algumas áreas clínicas, do apoio de outros especialistas na assistência ao paciente.
Análise dos impactos nos custos
Esses diferentes modelos – ambulatorial versus hospitalar –, e entre hospitais de diferentes movimentos e complexidade tem certamente diferenças nos seus custos operacionais. Impactam nesses custos as diferenças entre:
1. Equipamentos e reagentes
Os custos de equipamentos de médio porte com métodos adequados aos pacientes hospitalares (em uso de numerosos equipamentos) são proporcionalmente maiores do que os equipamentos de grande porte utilizados nos núcleos técnicos – principalmente quando se considera a produtividade e ociosidade variável por porte e número de exames de cada hospital. Os reagentes também são mais onerosos por unidade e os gastos com calibração, controles, repetições e perdas por durabilidade e desperdício (utilização dos kits) também são significantemente maiores.
Essas diferenças podem atingir 3 a 15 vezes o custo da amortização por exame dos equipamentos e 5 a 10 vezes, o custo de reagente por exame remunerado -ilustrados na tabela abaixo.
2. Recursos Humanos
A mão de obra utilizada nos hospitais diverge na sua qualificação quando comparada ao núcleo técnico. Neste último, muitas das manipulações internas são realizadas por auxiliares técnicos com a supervisão de profissionais universitários mais qualificados. Nos hospitais são quase todos universitários e realizam também as operações mais simples, pois há uma ociosidade maior das suas atividades técnicas. A produtividade de exames por técnico é muito menor nos hospitais, principalmente pela manutenção da operação 24 horas por dia.
O mesmo ocorre com os colhedores de amostra que precisam se dirigir leito a leito retornando ao laboratório com o material colhido, enquanto no ambulatório permanecem em um box de coleta, atendendo até 12 pacientes por hora.
Essas diferenças de produtividade podem atingir para os técnicos 1,5 a 5 vezes e para a coleta 2 a 7 vezes, dependendo do porte do hospital.
O suporte médico é extremamente diverso. Os exames ambulatoriais são, em sua maioria, normais ou levemente alterados, enquanto nos hospitais são frequentemente alterados e muitos significam gravidade e exigem intervenção e apoio médico mais intenso. Essa variação também depende do tipo do hospital e complexidade do paciente. Em hospitais gerais com muitas especialidades, pronto socorro e UTI a tendência é precisarem muito mais do apoio dos médicos do laboratório do que os hospitais especializados, com menos tipo de variação de pacientes. Apenas para ilustrar essa diferença, para os exames ambulatoriais um médico é suficiente para cobrir a necessidade de apoio para cerca de 30.000 pacientes/mês, enquanto que em alguns hospitais temos a necessidade de um médico para cerca de 500 pacientes/mês, fornecendo o apoio operacional e especializado nas áreas de hematologia e microbiologia.
3. Área Física e Instalações
A área hospitalar é reconhecida como o metro quadrado mais caro entre todos os tipos de construção. Os hospitais sempre oneram o laboratório, seja por um valor fixo de ocupação da área proporcional a seus custos e ou pelo valor variável em relação à receita da atividade. Esses valores são sempre superiores à despesa correspondente das instalações do laboratório ambulatorial podendo o seu rateio por exame atingir até 10 vezes mais, em função da baixa produtividade e da área desproporcionalmente maior necessária para a instalação do laboratório quase independente do porte do hospital.
4. Suporte Administrativo
Englobamos nesse grupo de custos o pessoal que realiza os procedimentos administrativos relativos ao atendimento nos hospitais e o processamento das contas centralizadas na administração da Diagnósticos da América. Esse custo é muito mais dependente dos recursos de tecnologia da informação disponíveis em cada hospital e da complexidade dos processos administrativos, do que do número de exames realizados. Esse custo é sempre significativamente maior do que no processo ambulatorial, onde a automação é completa, inclusive com interface eletrônica com a maioria das fontes pagadoras.
Impacto no Custo Total
Considerando os impactos no custo de cada um dos componentes acima descritos e seu percentual de participação no custo total, e ainda descontando os custos relativos às unidades de atendimento ambulatorial a Diagnósticos da América vem operando uma dezena de unidades hospitalares com diferentes preços finais dependendo do porte do hospital, complexidade de seus pacientes, tipos de leitos e necessidade de suporte médico, analisados caso a caso, e visando sempre manter os mesmos princípios de qualidade, disponibilidade e tempo de atendimento para garantir a segurança dos pacientes.
Essas variações podem inexistir em um hospital de grande porte quando comparada ao atendimento ambulatorial, ou até atingir 3 ou mais vezes nos hospitais de médio e pequeno porte. A opção de diluir os altos custos das unidades hospitalares em todos os nossos atendimentos implicaria em reduzir a acessibilidade de inúmeros pacientes à nossa tecnologia, contrariando a visão da Diagnósticos da América.
Ambulatorial Núcleo Técnico + 2 milhões de exames por mês | Hospitalar 5-10.000 de exames/mês | Hospitalar 10–20000 de exames/mês | Hospitalar 20–30000 de exames/mês | Hospitalar 30–50000 de exames/mês | Hospitalar 50–100000 de exames/mês | |
1.Equipamentos (Bioquímica + Hematologia) Índice relativo de custo Amortização+Manutenção/teste | 1,0 (0, 028) | 15,7 (0,44) | 7,8 (0,22) | 4,6 (0,13) | 3,0 (0,08) | 3,0 (0,08) |
2. Reagentes (Bioquímica + Hematologia) Índice relativo de custo Custo Médio/teste cobrado | 1,0 (0,33) | 9,3 (3,07) | 7,3 (2,40) | 6,4 (2,12) | 5,8 (1,90) | 3,0 (0,99) |
3. Técnicos Índice relativo de produtividade Exame/Técnico/mês | 1,0 (6.746) | 5,3 (1.250) | 3,1 (2.175) | 2,2 (3.039) | 1,5 (4.444) | 1,2 (5.600) |
4. Coleta Índice relativo de produtividade Coleta/Colhedor/hora contratada | 1,0 (6,1) | 6,8 (0,9) | 5,3 (1,15) | 3,5 (1,75) | 2,3 (2,6) | 1,8 (3,4) |
5. Área Física Índice relativo de custo Área ocupada Custo/exame | 1,0 (7.000) (0,03) | 22,0 (100) (0,66) | 16,6 (150) (0,50) | 13,3 (200) (0,40) | 12,3 (300) (0,37) | 9,0 (400) (0,27) |
*Luiz Gastão Mange Rosenfeld: Diretor de Relações Institucionais da Dasa
Fonte SaudeWeb
Nenhum comentário:
Postar um comentário