Estimativas apontam que cerca de 30% dos medicamentos adquiridos nas farmácias e drogarias não são usados pela população
Em Goiás, um projeto pioneiro está ajudando a população a se informar e ao mesmo tempo ter condições para fazer o descarte correto dos medicamentos inutilizados. Denominado Coleta de Resíduos Domiciliares de Medicamentos, o projeto é resultado de estudos feitos ao longo de um ano pelo Grupo Técnico formado por profissionais da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) e de outras instituições do estado. A equipe estima que cerca de 30% dos medicamentos adquiridos nas farmácias e drogarias não são usados pela população e acabam se perdendo nas conhecidas "farmacinhas caseiras".
Na prática, a coleta de Resíduos Domiciliares de Medicamentos consiste em orientar, incentivar e dar condições para que as pessoas que têm sobras de medicamentos, ou medicamentos vencidos em casa, a depositá-los em urnas instaladas nas farmácias e drogarias que aderiram à campanha.
Somente em Goiânia, 69 drogarias prontificaram-se a participar do projeto. O município de Anápolis ganhou a adesão de 31 estabelecimentos e Aparecida de Goiânia, de 14. Em outros três municípios as urnas coletoras foram instaladas em 14 pontos.
" Tais medicamentos são caracterizados como inservíveis, mesmo que ainda estejam dentro do prazo de validade" , explica a farmacêutica da Suvisa, Ângela Maria de Miranda Melo Cardoso, uma das componentes do Grupo Técnico. Ela informa que, na medida em que a caixa do medicamento é aberta, ele não pode ser doado a entidades e instituições.
Ângela Cardoso esclarece que o Grupo Técnico optou por estruturar e desenvolver o projeto por considerá-lo a forma mais viável de conscientizar e incentivar a população a descartar os medicamentos que não têm mais condição de uso. Ela conta que Goiás será pioneiro no país em efetivar tal iniciativa. Para desenvolvê-la, foram selecionados a capital, Aparecida de Goiânia e Anápolis, os maiores municípios do estado, e Ceres, Rialma e Rubiataba, municípios com menos de 100 mil habitantes.
Instalação das urnas
Ângela Cardoso antecipa que as urnas ficarão instaladas nas farmácias e drogarias que aderiram à campanha até 31 de dezembro. Até esta data, a população terá a oportunidade de levar e depositar na urna os medicamentos inservíveis. Cada urna receberá uma numeração específica. Quando estiver cheia, será registrada em um sistema informatizado e substituída por outra.
As urnas serão levadas para um depósito temporário, em Goiânia. Posteriormente, serão encaminhadas para empresas localizadas em Aparecida de Goiânia e Cesarina, nas quais os medicamentos serão descaracterizados e co-processados.
Meio ambiente e automedicação
A superintendente de Vigilância em Saúde, Tânia Vaz, acentua que a campanha contribui de forma decisiva para a preservação do meio ambiente, tendo em vista que conscientiza e incentiva a população a não descartar os medicamentos inservíveis no lixo comum.
Além disso, acentua a superintendente, a Coleta de Resíduos Domiciliares de Medicamentos reafirma o combate à automedicação, tendo em vista que esclarece à população que as sobras de medicamentos não serão usadas por pacientes para os quais não foram prescritos.
Fonte isaude.net
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