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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Resistência à dependência de cocaína pode ser passada de pai para filho

Estudo revela que uso paterno de cocaína confere proteção contra os efeitos de recompensa da droga em filhos do sexo masculino
 
Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, descobriram que filhos de ratos machos expostos à cocaína são mais resistentes aos efeitos de recompensa da droga, sugerindo que as mudanças na fisiologia induzidas pela droga são passadas de pai para filho.
 
Os resultados são publicados na revista Nature Neuroscience.
 
"Sabemos que os fatores genéticos contribuem significativamente para o risco de abuso de cocaína, mas o papel potencial de influências epigenéticas ainda é relativamente desconhecido. Este estudo é o primeiro a demonstrar que os efeitos químicos do uso de cocaína podem ser passados para gerações futuras e provocar resistência a comportamentos de dependência, indicando que a exposição paternal às toxinas tem efeitos profundos sobre a expressão do gene e comportamento nos filhos", afirma o autor sênior R. Christopher Pierce.
 
No estudo atual, a equipe usou um modelo animal para estudar os efeitos herdados do abuso de cocaína. Ratos machos receberam cocaína por 60 dias, enquanto os controles foram administrados com soro fisiológico.
 
Os ratos foram cruzados com fêmeas que nunca haviam sido expostos à droga. Para eliminar qualquer influência que o comportamento dos machos teria sobre as fêmeas grávidas, eles foram separados logo após acasalaram. Os filhotes foram monitorados para ver se eles iriam começar a buscar cocaína quando a droga fosse oferecida a eles.
 
Os filhotes machos nascidos destes pais apresentaram resistência significativa à dependência da droga, fato que não ocorreu com as fêmeas. Além disso, os animais do grupo controle estavam dispostos a trabalhar mais para conseguir uma dose da droga, sugerindo que o efeito de recompensa da cocaína diminuiu nos ratos machos analisados.
 
Ao analisar os cérebros dos filhotes, os cientistas descobriram um aumento da expressão de um gene, chamado BNDF, no córtex pré-frontal médio dos animais. A expressão deste gene no córtex é conhecida por neutralizar comportamento de vício.
 
Segundo os pesquisadores, o gene BNDF sofreu uma alteração química nos filhotes, o que fez com que ele adquirisse expressão maior no cérebro. A mesma alteração foi encontrada no esperma dos pais roedores, o que sugere que o fenômeno ocorreu em resposta ao uso da cocaína e foi transmitido para os filhos.
 
O trabalho contradiz dados médicos em humanos que indicam que o uso de cocaína pelos pais aumenta as chances do uso da droga pelos filhos.
 
Os resultados sugerem que o uso da cocaína causa alterações epigenéticas no esperma, assim, a informação reprogramada é transmitida entre as gerações. Os pesquisadores não sabem exatamente por que só a descendência masculina adquire resistência à cocaína, mas especulam que os hormônios sexuais como a testosterona, estrogênio e / ou progesterona podem desempenhar um papel.
 
Fonte isaude.net

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