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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Apenas a tecnologia não salvará a Saúde

Por Rebecca Armato
 
Qualquer um que implemente tecnologia sem reestruturar fluxos de trabalho, redefinir funções, reavaliar políticas, revisitar melhores práticas e refinar negócios, descobrirá que o custo excede os investimentos nos supostos ganhos com a TI
 
Se você acredita em tudo o que lê e ouve, então a tecnologia é o “Cálice Sagrado” de nossa indústria. “Corrigirá” quase tudo que está sem funcionar na saúde. Essa é uma presunção aquecida pela natureza humana de gravitar em direção à simplicidade e gratificação imediata. E, no caso, a tecnologia é algo que podemos instalar, ligar e que funcionará.
 
Mas o que exatamente devemos esperar desse tecnologia quando em funcionamento? Fizemos um trabalho de análise de definição do que queríamos realizar e então avaliar todos os componentes para garantir nosso sucesso?
 
Médicos e hospitais com o foco apenas no Uso Significativo (Meaningful Use em inglês) quando implementando a tecnologia irão ficar devastados quando perceberem que ela sozinha não salva ninguém. Qualquer um que implemente tecnologia sem reestruturar fluxos de trabalho, redefinir funções, reavaliar políticas, revisitar melhores práticas e refinar negócios, descobrirá que o custo excede os fundos de incentivo do Uso Significativo e que a tecnologia passará longe da entra do Valor Significativo. Infelizmente, essas mesmas organizações são também as que rapidamente apontam para o fato de que a tecnologia “não funciona”.
 
“O cuidado correto, o local correto, o momento correta, a qualidade correta e ao preço correto” exige que pensemos diferente. Exige uma disciplina focada em objetivos a longo termo enquanto executa-se tarefas de curto prazo, tudo isso enquanto evita-se distrações que vêm juntamente com o entusiasmo em torno de soluções tecnológicas.
 
Imaginem um registro eletrônico de saúde (EHR – electronic health record) como se fosse um carro. Você deve saber de antemão do que gosta em um carro para saber quais modelos considerar. Um fazendeiro não compraria um Porshe para locomoção em sua fazenda.
 
Esperamos que fabricantes de carros entreguem veículos que funcionem quando são ligados. Mas a partir do momento que o retiramos da concessionária, se não sabemos para onde vamos, ou não sabemos dirigir, ou se dirigirmos distraídos ou debilitados, ou sem perceber o que há em torno, ou se não percebermos rapidamente quando uma criança ou um animal passar em frente do carro, iremos acabar ou em um local indesejado ou em um acidente. Quão longe chegaremos ou quanto de dano causaremos, vai depender do nível de nossa negligência, incompetência ou imprudência.
 
Em relação ao manuseio incorreto dos EHRs (Registros Eletrônicos de Saúde, em inglês) e outras implementações tecnológicas, a culpa não é inteiramente nossa. Os fornecedores estão vendendo mensagens de que suas tecnologias resolverão todos os nossos problemas e com todos os desafios que encaramos em nossa indústria, queremos desesperadamente acreditar neles. O sucesso com a tecnologia de saúde nunca será fácil como instalar um botão de “liga/ desliga”.
 
Devemos avaliar todas as outras áreas: reprojetar fluxos de trabalho, reestruturar fluxos de pensamento, encontrar truques de usabilidade, adotar acordos comerciais que entendam o em torno e se ajustem às nossas condições. Devemos evitar a falsa percepção de que a tecnologia torna tudo possível, exigindo dados e relatórios que não são tecnicamente possíveis com a tecnologia que iremos adotar. Se não fizermos isso, criaremos na organização processos insustentáveis que custam mais do que podemos pagar e não entregam o resultado e qualidade que nos comprometemos a fornecer à comunidade.
 
A maneira correta nem sempre é a fácil. O sucesso exige liderança, visão, foco, direção e trabalho duro – e todos estão sob o nosso controle. Com as pessoas, processo e tecnologia corretos, faremos tremendos avanços e conseguirmos nos focar em melhorar a saúde de nossas comunidades em vez de apenas prover cuidado na doença.
 
Devemos monitorar continuamente nossos esforços e desenvolver melhores ferramentas e processos mais inteligentes. Ao infundir a tomada de decisão clínica com a “informação inteligente” instantânea, os médicos estarão melhores equipados para colaborar, diagnosticar, tratar e acelerar os avanços médicos necessários para melhorar não apenas nossa indústria, mas também o mundo.
 
Já aconteceu com você alguma vez de estar dirigindo e de repente olhar ao redor e não ter a menor ideia de como ou quando chegou ali? Isso é culpa do fabricante do carro? Não fique distraído ou complacente. O trabalho duro vale a pena. Tenha as pessoas, processos e tecnologias necessários e terá sucesso.
 
Fonte Saudeweb

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