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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Engajamento de pacientes continua complexo

Processos, atitudes, planejamento e até medo de muitos dados bloqueiam parcerias para tratamentos reais. Dar mais autonomia ao paciente seria a solução? Veja como
 
Parece que todo mundo na área de saúde está falando sobre engajamento de paciente, porém, são poucos os que conseguem alcançar tal engajamento. Com uma coisa as pessoas parecem concordar: o engajamento de pacientes não será uma tarefa fácil e a tecnologia será uma parte essencial desse processo.
 
“Hoje sabemos que necessidades-chave dos pacientes não são atendidas”, disse Laura Esserman, diretora do Carol Franc Buck BreastCare Center da Universidade da Califórnia em São Francisco, durante o Health Tecnology Forum Innovation Conference, que aconteceu em São Francisco.
 
O estágio 2 do programa de incentivo de Uso Significativo do registro eletrônico de saúde requer que 5% dos pacientes acessem e subam dados pelo portal ou registro de saúde pessoal para os provedores para receberem o pagamento do bônus do Medicare (nos EUA). Os palestrantes não falaram, de fato, sobre o Uso Significativo depois de minha breve introdução. Embora os 5% exigidos pese bastante na mente dos CIOs de saúde, isso parece ser menos importante para outros que incentivam o maior envolvimento dos pacientes em seus próprios tratamentos.
 
Amy Tenderich, fundadora e editora-chefe do DiabetesMine.com, uma comunidade popular e fonte de informações para pacientes que sofrem de diabetes, disse que pouca coisa mudou desde que ela foi diagnosticada com a doença em 2003. “Apresentaram-me o mito das equipes de saúde”, relembra Amy. Ela disse que seu tratamento não era muito bem coordenado e que ela se sentia “perdida” como paciente, o que a levou a criar o DiabetesMine.com.
 
Talvez os pacientes não se sintam engajados em seus próprios tratamentos porque os sistemas, os processos, os produtos e o alcance de esforços são muito mal planejados. Amy disse, por exemplo, que os criadores de suplementos para diabéticos são “alheios” à forma como os pacientes utilizam os produtos.
 
Do contrário, não haveria tantos passos e partes necessárias para exames de sangue e entrega de insulina.

 De fato, produtos médicos geralmente são feios e invasivos, o que pode explicar por que muitos pacientes não os utilizam como orientados, e nem sempre seguem as dietas e exercícios apropriados, tomam os medicamentos ou obedecem, de forma geral, as instruções médicas.
 
A Dra. Kyra Bobinet, instrutora sênior e pesquisadora de engajamento em saúde do Persuasive Technology Lab, da Universidade de Stanford, em Palo Alto, Califórnia, tem uma teoria sobre isso. “As pessoas não respondem ao gerenciamento de sua própria saúde”, pontuou Kyra. “Elas respondem ao gerenciamento de sua autoimagem”. Diga a eles que lutar contra a obesidade é mais uma questão de vestir bem um biquíni do que evitar um ataque cardíaco, sugeriu a especialista.
 
A exceção, de acordo com Kyra, é quando há uma “experiência comunitária”, como uma rede de apoio contra o câncer ou diabetes, como a que Amy buscou quando foi diagnosticada.
 
Kyra disse que ela aprendeu mais sobre engajamento de pacientes com os casos de jovens violentos crônicos, que ela assistiu em seu trabalho anterior, liderando uma organização que cuidava de jovens problemáticos. Ela disse que esses “piores infratores” ensinaram-na que os esforços para mudar comportamento devem focar não no que as pessoas deveriam fazer, mas no que elas farão de fato.
 
Jan Olderburg, vice-presidente de engajamento de paciente na subsidiária Accountable Care Solutions da Aetna, em Menlo Park, Califórnia, também expressou a opinião de que novas estratégias são necessárias. Por exemplo, ela disse que é uma limitação esperar que residentes de comunidades não atendidas saiam de sua rotina para receber serviços de saúde. Oldenburg sugere que os centros comunitários e até mesmo os “sopões” podem ser bons locais para espalhar a mensagem sobre como as pessoas podem se envolver melhor com sua própria saúde.
 
Esserman expandiu esse raciocínio dizendo que saúde móvel deve ser uma opção, mesmo para as populações de baixa renda. “Todo mundo tem um telefone celular”, observou ela, acrescentando que engajamento de paciente e satisfação de paciente podem levar aos vários tipos de resultado e redução de custos que os governantes buscam.
 
“O pacientes se tornam o catalisador [de aprimoramento]”, disse Amy. Kyra concordou, descrevendo o engajamento do paciente como a potência que irá consertar a indústria de saúde. A convergência do big data está ajudando a incentivar o engajamento dos pacientes, acrescentou ela.
 
No entanto, Amy se preocupa que haja dados demais se acumulando para serem úteis para os pacientes. “Menos, não mais”, aconselha Amy sobre a criação de aplicativos e produtos para consumidor. Ela mencionou o Glooko, um sistema que conecta medidores de glicose ao iPhone e, automaticamente, registra leituras, como um aplicativo simples e eficiente para coletar dados e gerenciar diabetes.
 
Pelo lado clínico, Esserman disse que o engajamento de pacientes é parte de um sistema de aprendizado contínuo para os médicos. Se os pacientes tiverem a oportunidade de oferecer informações, eles se tornam mais engajados em seu próprio tratamento, explicou ela, dizendo ainda que alguns estudos mostraram que esses pacientes apresentam melhores resultados.
 
Mas Esserman expressou dúvida sobre a possibilidade de os atuais médicos serem receptivos à ideia de ceder autonomia aos pacientes. “Acho que não temos massa suficiente para liderar a ideia”, disse ela, acrescentando que ela tem esperança de que a próxima geração de médicos seja mais aberta à ideia.
 
Fonte Saudeweb

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