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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Humanização: por que e para quem?

Articulista fala sobre a importância de elevar algo ou alguma situação à dignidade natural de um ser humano. E afirma que "todos devem ser humanizados em todas as circunstâncias da vida"
 
Diego Pereira Lima*
 
É com muito prazer que estréio, hoje, no portal SaúdeWeb e espero que possamos juntos pensar e debater um pouco sobre alguns assuntos importantes e estratégicos para gestão da Saúde. Espero que este seja o primeiro de muitos artigos neste fórum.
 
Mas vamos ao que interessa, a palavra da moda no universo de saúde no Brasil é “Humanização”. Não adianta fugir, este termo neologístico anda perseguindo e tirando o sono de todos os gestores da saúde, bem como de toda a equipe. Pois, muito bem, precisamos humanizar, mas como eu faço isso? Por que e para quem devemos utilizar esta “humanização”? E o problema vai mais a fundo ainda… O que é isso?
 
Nosso objetivo aqui não é aprofundar em questões teóricas sobre o termo e nem nos debruçarmos sobre as diversas cartilhas do Programa Nacional de Humanização (PNH), mas justamente levantar um tema para que nosso debate, no decorrer do tempo, seja salutar e possa nos ajudar a compreender melhor este conceito. Além de vermos o que de bom tem se praticado por aí.
 
De fato para que possamos aplicar algo devemos compreender o que este algo significa e para que serve, então dentre as diversas definições que surgem sobre humanização vou ficar com a minha própria definição: “Humanizar é elevar algo ou alguma situação à dignidade natural de um ser humano”; ou seja, fazer com que aquilo que é realizado, seja feito com a maior das dignidades, que é a própria de um ser humano, a de filho e imagem e semelhança de Deus, aquele que é Amor.
 
Muito bem, se entendemos que humanização é proporcionar dignidade através do amor, isto imediatamente nos leva a uma pergunta crucial, quem eu devo humanizar? E para que? Um ser humano pode não ser humanizado? Podemos responder da última questão para a primeira. Sim, um ser humano pode não ser humanizado e eu devo humanizar para resgatar a dignidade deste ser ou daquela situação que, em determinado momento e por alguma ruptura na ordem natural das coisas, deixou de existir.
 
E quem de nós hoje se encontra em estado de perfeita ordem social, psíquica, física e espiritual que seja capaz de dizer em alto e bom tom: eu sou uma pessoa humanizada? Ninguém!
Pois é, amigos, e aqui chegamos a uma conclusão básica e fundamental deste nosso artigo.
 
Todos devem ser humanizados em todas as circunstâncias da vida e, em nosso caso, nas relações e encontros proporcionados no ambiente de tratamento de saúde, seja hospitalar ou ambulatorial. Costumamos dividir o foco da humanização em um tripé, contendo os pacientes e familiares, a comunidade em torno da instituição e os colaboradores juntos com a equipe médica, sempre cientes de que em muitas vezes estes focos de ações se misturam e intersectam uns aos outros, gerando uma verdadeira rede de humanização, sendo exatamente esta a ideia.
 
Como deixei claro no início de que este artigo não iria fechar o assunto, mas somente puxar o primeiro fio de lã do novelo, surgem aqui mais questionamentos… Eu humanizo, mas quem me humaniza? Humanização funciona? É ético trabalhar o Marketing com a humanização?
 
De que adianta humanizar na minha instituição se os pacientes não conseguem nem chegar aqui? Existe humanização após a morte? O trabalho espiritual e religioso no hospital ajuda ou atrapalha?…E assim vamos caminhando nesta pista de ovos delicados, mas muito produtivos, a humanização.
 
*Diego Pereira Lima - Mestrando em Bioética, bacharel em Administração e Marketing
Fonte SaudeWeb

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