Foto: Reprodução Baixa produção de suor durante o frio causa a concentração de sebo nos poros, facilitando seu entupimento |
O frio piora a acne? Quem tem pele acneica está proibido de usar hidratantes? Essas são algumas das dúvidas de vários adolescentes quando chega o inverno. Segundo o dermatologista Anderson Bertolini, a resposta é negativa em ambos os casos. Segundo o médico, o frio não tem nada a ver com o surgimento da acne, mas como a pele oleosa pode ressecar nesta época do ano, é preciso ter atenção, já que a baixa produção de suor causa a concentração de sebo nos poros, facilitando seu entupimento e agravando o problema.
Para quem sofre com a doença, no inverno o vento gelado também castiga a pele, deixando-a mais sensível.
— A incidência não aumenta no frio. O que acontece nessa época é que há a tendência de piora da acne nas pessoas que já têm a doença ou a herança genética. É fundamental intensificar os cuidados com a pele para não haver agravamento. Os hidratantes, por exemplo, devem ser escolhidos com cuidado — diz o dermatologista.
Acne é o nome de uma dermatose, popularmente reconhecida pelo aparecimento dos chamados "cravos" e "espinhas" na face, nas costas ou no peito. Trata-se de uma doença de pele que afeta o folículo pilossebáceo, formado por uma glândula sebácea e por um "canal" no qual se forma o pelo. A doença aparece quando este folículo é obstruído ao mesmo tempo em que a glândula sebácea produz oleosidade em excesso.
O dermatologista explica que a acne é uma doença que precisa ser tratada independentemente da idade da pessoa, e que espremer e cutucar espinhas deve ser evitado, assim como o uso de produtos caseiros ou desconhecidos. Não se deve também acreditar em soluções milagrosas, pois elas só pioram o quadro. Conforme o grau e a intensidade da acne, o tratamento se dá por via oral ou local, dependendo de uma avaliação criteriosa do dermatologista.
— A acne não é um bicho-de-sete-cabeças e, quando tratada a tempo, não evolui para cicatrizes. É importante lembrar que o adolescente já passa por várias mudanças, tem uma autocrítica exacerbada e uma pele inflamada e marcada só pode prejudicá-lo do ponto de vista psicológico e social — conta.
Confira os cinco cuidados essenciais para a pele acneica:
Limpar — É importante lavar o rosto três vezes ao dia com um sabonete neutro, ou seja, que tenha o pH próximo ao pH da pele (que gira em torno de 5.4 e 5.6). As loções de limpeza devem ser evitadas, pois geralmente são oleosas.
As melhores são as soluções aquosas, que não contêm óleo. Outra boa opção é usar adstringentes para diminuir a oleosidade e produtos anti-acneicos, que diminuem a produção do sebo e controlam a flora bacteriana da pele. Os mais prescritos são os retinoides, os alfa-hidroxiácidos, o peróxido de benzoíla e os antibióticos.
Hidratar — Peles oleosas e acneicas também precisam de hidratação, pois a produção excessiva de sebo não impede a perda de água. No inverno, a diminuição da produção de suor contribui para seu ressecamento, além das baixas temperaturas, vento e água quente do banho (fatores comuns nesta época do ano).
Os hidratantes devem ter fórmula não-comedogênica e do tipo oil-free, ou seja, com quantidade mínima ou nenhuma de óleos. Podem ser produtos em forma de gel, gel-creme ou compostos de água e derivados do silicone. Também se recomenda que sejam hipoalergênicos e não perfumados, já que as essências podem piorar a acne.
Proteger — A pele acneica deve ser sempre protegida do sol, pois além de prevenir o câncer de pele e o fotoenvelhecimento, a proteção evita que haja uma hiperpigmentação pós-inflamatória no local das lesões. O filtro solar para a pele com acne deve ter FPS 15, no mínimo, e ser do tipo oil-free. Cremes e produtos oleosos devem ser evitados.
Tratar — Qualquer indicação de tratamento para acne depende da sua gravidade, mas há alguns casos específicos de tratamento, como uso de isotretinoína ou realização de peeling, para os quais o inverno é a estação mais adequada.
Derrubar mitos — Os mitos mais conhecidos envolvendo a acne referem-se à alimentação e à exposição solar. Nenhum estudo realizado mostrou relação entre alimentação e comportamento da acne, portanto, restringir o consumo de açúcar e gordura, por exemplo, não faz parte do tratamento.
No caso do sol, apesar de haver um disfarce da acne quando a pele fica levemente avermelhada ou bronzeada, nos dias seguintes o problema piora, pois há aumento da produção de sebo e da espessura epidérmica, o que contribui para obstruir os poros.
Fonte Zero Hora
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