Photo: Shangai Daily |
Com essa filosofia, uma empresa da metrópole de Shenzhen, sul da China,
atraiu a atenção de marmanjos dispostos a pagar caro para ter uma ama de leite
de plantão, que lhes forneça o alimento direto da fonte.
O polêmico serviço provocou uma avalanche de críticas de usuários das redes
sociais chineses, muitos enojados com a ideia, outros sugerindo que trata-se de
pura perversão sexual.
Enquanto o chinês médio se desdobra para achar leite de qualidade, após casos
de contaminação que causaram a morte de bebês há alguns anos, há quem se dê ao
luxo de contratar amas de leite exclusivas.
Até ontem o assunto era alvo de mais de 150 mil comentários no microblog
Weibo, a versão local do Twitter. O que mais chocou os internautas foi a
possibilidade oferecida pela empresa de que o cliente seja literalmente
amamentado.
"Eles podem escolher entre a amamentação direta ou em por meio de um sugador,
se lhes for desconfortável", disse ao jornal "Southern Metropolis Daily" o
porta-voz da empresa Xinxinyu, que oferece o serviço.
Segundo Lin Jun, o porta-voz citado, é crescente a procura do leite materno
entre adultos com muito dinheiro e pouca saúde.
"Muitos contratam as amas para garantir um suprimento diário de leite
materno", disse Lin, afirmando que as profissionais raramente manifestam
resistência a prestar o serviço, "contanto que o pagamento seja justo".
A reportagem estima que as fornecedoras de leite materno para adultos cobrem
em média 16 mil yuans (R$ 5.680) por mês, quatro vezes o salário médio mensal no
país. O preço pode ser mais alto se a ama for atraente e comprovadamente
saudável.
Depoimentos publicados na reportagem confirmam que o consumo de leite materno
entre adultos virou moda nas altas rodas.
"Mas só alguns poucos mamam diretamente no peito das amas de leite", diz um
dos entrevistados, que não é identificado. Ele conta que contratou a ama para
morar em sua casa, a fim de garantir o fornecimento diário.
"É mais um sinal da degradação dos ricos chineses e de como a mulher é
tratada como um bem de consumo", comentou o escritor Cao Baoyin em seu blog.
Mei Chunlai, um advogado consultado pelo jornal "China Daily", disse que
embora seja a lei do país proíba a comercialização de leite materno, a
fiscalização é frouxa.
Devido principalmente aos períodos curtos de licença maternidade, o índice de
aleitamento materno na China é baixo, praticado por apenas 28% das mães, segundo
relatório do Unicef publicado no ano passado.
Fonte Folhaonline
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