Brasília – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, negou ontem(22) que tenha
faltado diálogo do ministério com as entidades médicas sobre o Programa Mais
Médicos. Segundo ele, as conversas ocorreram, mas não foi possível chegar a um
consenso sobre os termos do programa.
Na última sexta-feira (19), entidades médicas anunciaram
a saída de câmaras e comissões técnicas do governo nas áreas de saúde e da
educação em reação ao Mais Médicos. O presidente da Federação Nacional dos
Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira, argumenta que o governo declara ter negociado
com a categoria, mas não ouviu as sugestões apresentadas e manteve o que já
estava decidido anteriormente.
“Desde o começo desta iniciativa, nós constituímos diálogo com as entidades
médicas. Não tem concordância sobre as propostas. Eu sou médico, mas estou
ministro da Saúde, e como ministro tenho que pensar na saúde de 200 milhões de
brasileiros em primeiro lugar, antes de qualquer interesse específico de
entidade profissional”, disse Padilha, no Pará, após participar de oficina para
estimular a adesão de municípios ao Mais Médicos.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) entrou na última semana com uma ação
civil pública contra a União, representada pelos ministérios da Saúde e da
Educação, para suspender o programa, que prevê a contratação de médicos
estrangeiros para trabalhar nas periferias das grandes cidades e no interior do
país e estágio obrigatório de dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para
alunos de medicina a partir de 2015.
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