O BACtrack exibe um gráfico que prevê a evolução desse índice, até chegar a zero. O aparelho custa US$ 150. |
A proposta do Conselho Nacional de Segurança dos Transportes dos EUA de
reduzir a definição legal de embriaguez de 0,08% de álcool no sangue para 0,05%
estimulou o interesse por esses dispositivos, alguns vendidos como acessórios
para smartphones.
Especialistas em segurança alertam que um resultado tranquilizador em um
desses equipamentos não garante que a pessoa esteja em condições de dirigir. Já
os fabricantes, temerosos de responsabilizações judiciais, tampouco endossam
essa ideia.
Mas essas máquinas de fato oferecem algum tipo de mensuração. Keith
Nothacker, cuja empresa, a BACtrack, vende uma chamada "unidade de célula de
combustível" que exibe resultados em um iPhone via conexão Bluetooth, argumenta
que "não se pode esperar que cidadãos cumpridores da lei saibam a diferença"
entre 0,05% e 0,08% de teor alcoólico no sangue sem fazerem um teste. O BACtrack
exibe um gráfico que prevê a evolução desse índice, até chegar a zero. O
aparelho custa US$ 150.
Dentro dessa unidade portátil (e a pilha) há um catalisador metálico que
inicia uma reação química, usada para calcular o teor de álcool no sangue.
A empresa de Nothacker descreve seu produto como "paz de espírito de bolso",
mas garante que seu propósito não é garantir ao motorista que ele estará abaixo
do limite de teor de álcool no sangue se for parado pela polícia. Ele disse que
se trata simplesmente de uma "ferramenta educacional".
A concorrente Alcohoot promete lançar em setembro um modelo similar, de US$
75, que se liga ao iPhone. O produto da Alcohoot inclui um aplicativo que exibe
uma lista de restaurantes locais onde as pessoas podem comer e ficar mais
sóbrias e uma lista de empresas de táxi.
Outro tipo de equipamento, que geralmente custa de US$ 30 a US$ 70 e que tem
a BACtrack entre os fabricantes, usa um semicondutor de óxido de estanho. Mas o
sensor pode apresentar defeito após três a seis meses. Ele também é propenso a
apresentar falsos positivos, confundindo acetona, spray de cabelo e outros
contaminantes comuns com o álcool.
As máquinas são todas calibradas pelo fabricante usando um equipamento
aprovado pelo Departamento de Transportes dos EUA, que pega uma solução com uma
concentração de álcool conhecida e a borrifa de forma semelhante ao sopro
humano.
A BACtrack recomenda uma recalibragem anual dos seus modelos mais caros, uma
operação que a empresa realiza por US$ 19,95.
A maioria dos modelos baratos com semicondutores provavelmente é vendida para
uso pessoal, segundo os fabricantes. As unidades de célula de combustível são
vendidas para uso próprio, mas também para empregadores e pais.
Já o equipamento de testes da polícia não costuma ser vendido a cidadãos. A
maior parte das autoridades usa um modelo chamado Intoxilyzer. Ele custa cerca
de US$ 10 mil, e seus resultados são quase sempre aceitos em tribunais.
Os policiais costumam enfiar um equipamento com formato de lanterna pela
janela do motorista antes de levar a pessoa para um exame na delegacia. A luz
emitida por esse detector móvel de US$ 600 serve principalmente para disfarçar
seu elemento principal: um sensor de ar que fareja o álcool.
J.T. Griffin, lobista em Washington da entidade Mães Contra a Direção
Alcoolizada, alertou que os modelos oferecidos aos consumidores às vezes são
usados por pessoas que desejam chegar ao mais perto possível do limite legal.
Segundo ele, "se o aparelho não for calibrado adequadamente, ele pode apresentar
um resultado equivocado".
Fonte The New York Times/iG
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