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terça-feira, 23 de julho de 2013

Mais 70% do sódio consumido no Brasil é adicionado aos alimentos pelo próprio consumidor

Cada brasileiro consome, em média, 4,46 gramas de
sódio todos os dias
De acordo com estudo da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, comida processada é responsável por um quarto do nutriente ingerido
 
É o sal de cozinha, e não a comida industrializada, a principal origem da ingestão de sódio entre os brasileiros. Ele responde a 71,5% do total do nutriente consumido no país. A conclusão é de um estudo elaborado pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) com base em dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF (2008-2009) e da Pesquisa Anual de Serviços (2009), ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
Cada brasileiro consome, em média, 4,46 gramas de sódio todos os dias, o que corresponde a 11,38 gramas de sal, se aplicada a conversão de 1 grama de sódio para 2,55 gramas de sal. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o consumo de sal não deve ultrapassar 5 gramas, o equivalente a 2 gramas de sódio.
 
A parcela restante do sódio consumido pela população brasileira, tanto nos domicílios como nas refeições fora do lar, teve origem no nutriente contido nos alimentos industrializados (13,8%), no pão francês (6,0%), nos alimentos in natura (4,7%) e nos alimentos semielaborados (4,1%).
 
Participação da indústria
Os produtos da indústria da alimentação foram responsáveis por 23,8% do total da ingestão de sódio no país, o correspondente ao consumo diário per capita de 1,06 gramas do nutriente ou 2,71 gramas de sal.
 
— A indústria de alimentos tem plena consciência de seu dever e responsabilidade de ofertar ao consumidor alimentos seguros, o que significa, também, diminuir o teor de sódio dos produtos do setor — afirma o presidente da ABIA, Edmundo Klotz.
 
Segundo ele, os resultados do estudo não alteram os acordos firmados entre a ABIA e o Ministério da Saúde para a redução gradual de sódio.
 
— Nove categorias de alimentos permanecerão recebendo a mesma dedicação e investimentos da indústria, com objetivo de que sejam atingidas todas as metas definidas —disse Klotz.
 
Consumo varia entre as regiões do país
A região Norte foi a que registrou o mais volume de consumo de sódio no país, com 5,41 gramas de sódio por dia, ou 13,80 gramas de sal. O alto índice de ingestão desse nutriente na região se deve principalmente à adição de sal de cozinha no preparo dos alimentos, que atingiu o volume de consumo diário de 10,87 gramas por habitante. A segunda região com maior consumo de sódio diário foi o Centro-Oeste, (5,26 g), seguido pelo Sul (5,06 g), pelo Nordeste (4,47 g) e, finalmente, pelo Sudeste (3,8 g).
 
Para o endocrinologista e cientista da Universidade de São Paulo, Alfredo Halpern, chama à atenção a baixa participação do alimento processado no consumo de sódio nas regiões com alto índice de ingestão do nutriente.
 
— Esses dados deixam evidente a necessidade de uma campanha para a redução da adição de sal no preparo e no consumo dos alimentos dirigida, primordialmente, ao consumidor brasileiro, com grande enfoque na elaboração doméstica de alimentos— concluiu o especialista.
 
Classe A é a principal consumidora
A classe A registrou a maior ingestão de sódio no Brasil, com consumo diário per capita de 5,04 gramas, seguida pela classe C (4,41 g), pela classe D (4,35 g), pela classe B (4,29 g) e, finalmente, pela classe E (4,02 g).
 
Para Klotz, o estudo mostra que o poder aquisitivo é um item de menor relevância entre os fatores responsáveis pelo alto consumo do nutriente. “A ingestão de sódio do consumidor nas classes de renda apresentou variação de apenas 25,2%, enquanto o desvio registrado no consumo regional foi de 54,3%”, explica o presidente da Abia.
 
Fonte Zero Hora

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