A imunização contra o HPV é um importante instrumento de prevenção também para o homem |
Se para as mulheres o grande apelo da vacina contra o papilomavírus humano
(HPV)
é a prevenção do câncer
de colo de útero, para os homens a indicação tem o intuito de
oferecer proteção contra as verrugas
genitais associadas à infecção pelos subtipos 6 e 11 do vírus e
diminuir a circulação de outros de maior risco.
Da família Papilomaviridae, a espécie papilomavírus humano abrange mais de
200 subtipos. Boa parte produz apenas verrugas, e cerca de 20 a 30 tipos se
alojam na área genital. Dois deles, o HPV-16 e o HPV-18, estão fortemente
relacionados ao câncer de colo uterino.
Recentemente a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) licenciou o uso da vacina
quadrivalente contra o HPV para homens entre 9 e 26 anos. Até então, no
Brasil, o medicamento só era liberado para o público feminino, na mesma faixa
etária, estipulada com base em estudos populacionais.
A formulação liberada é denominada quadrivalente, uma vez que protege contra
quatro subtipos do HPV (6, 11, 16 e 18), sendo os dois primeiros associados a
90% das verrugas genitais, e os últimos, responsáveis por 70% dos casos de
câncer de colo uterino. Segundo os especialistas, a vacina é segura, pois não
traz o vírus ativo e sim fragmentos dele, sintetizados em laboratório.
“Ela já é obrigatória nos Estados Unidos. Há diversos estudos científicos
voltados principalmente para câncer de colo de útero, que comprovam seu impacto
positivo sobre a prevenção dessa doença”, diz o infectologista Jessé Reis Alves,
responsável pelo Serviço de Vacinação do Fleury Medicina e Saúde.
No caso dos meninos, a vacina pode proteger contra as verrugas genitais, o
que também já havia sido demonstrado nos estudos iniciais que motivaram a
implantação da vacina para mulheres, além de conter a disseminação do vírus.
A imunização é um importante instrumento de prevenção. Para quem estranha o
fato de vacinar garotas (e agora garotos) a partir dos 9 anos contra uma DST, Alves lembra que "a hepatite
B, em nosso meio, é transmitida principalmente por via sexual e as
crianças recebem a vacina, como parte do calendário oficial, ainda no primeiro
ano de vida". Além disso, a imunização precoce possibilita que o indivíduo já
esteja protegido contra o HPV
quando inicia sua vida sexual, o que aumenta o impacto da vacina.
“A preocupação, se existir, deve se concentrar na abordagem do assunto com os
jovens, que não podem supor que a imunização dispensa o uso de preservativos,
o rigor na escolha dos parceiros e o acompanhamento
ginecológico anual”, pondera Alves.
Mas o médico admite que a vacinação não vem sendo muito procurada por parte
de mães de meninos e jovens adultos. “Em parte porque se fala mais da prevenção
contra o câncer de colo de útero, parecendo uma só para mulheres”. Ele acredita
que, em breve, especialmente os pediatras comecem a esclarecer melhor o assunto
junto aos pais de crianças.
O esquema de vacinação recomendado é composto por três doses. A segunda dose
deve ser administrada dois meses após a primeira, e a terceira dose administrada
quatro meses após a segunda. Após isso, a pessoa está imunizada.
Fonte iG
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