Na hora de decidir, o presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação não tem dúvidas que os portugueses são altruístas. Mas, ainda assim, Fernando Macário defende que «existe alguma falta de informação» quando o tema é o transplante. Sobretudo no caso da doação em vida, com Portugal a registar taxas «mais baixas que a maioria dos países ditos ocidentais». Uma tendência que pode vir a inverter-se. É que, segundo os dados mais recentes, no primeiro semestre de 2013 assistiu-se a um aumento desta atividade.
Embora, refere ao Destak o especialista, seja «muito difícil estabelecer metas e definir números», entre janeiro e maio deste ano «os transplantes renais de dador vivo constituíram 15,5% do total de transplantes renais efetuados (24 de dador vivo e 131 de cadáver)», quando em igual período do ano passado não tinham ido além dos 9,5% do total (17 de dador vivo e 162 de cadáver».
A esperança é que «os números continuem a crescer. Infelizmente verificou-se um decréscimo do transplante a partir de dador cadáver, o que ainda torna mais premente a aposta no dador vivo», refere o médico. De facto, desde 2010 que a colheita de órgão se, logo, o número de transplantes tem vindo a diminuir em Portugal. À falta de recursos humanos juntam-se dificuldades nos recursos técnicos, que «nem sempre são os melhores», confirma Fernando Macário. Isto sem esquecer ainda a redução do número de dadores.
Campanha esclarece
Tendo em conta as estatísticas nacionais, a Sociedade Portuguesa de Transplantação reconheceu a necessidade de aumentar a informação e lançou a campanha ‘Doar um Rim Faz Bem ao Coração’ que, há cerca de um ano, difunde informação sobre a transplantação renal a partir de dador vivo. Com o apoio de vários parceiros, foi possível chegar «aos doentes, aos profissionais de saúde e à população em geral. A recetividade tem sido muito boa e estamos convictos de que conseguimos contribuir para mais informação rigorosa e incremento futuro nesta atividade.»
Destak/Lusa
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