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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Depressão acelera envelhecimento de células, diz estudo

Ainda não se sabe se processo de envelhecimento pode ser revertido
Exames de laboratório feitos pelos cientistas mostram que as células parecem ser biologicamente mais velhas em pessoas que sofreram ou sofrem casos graves de depressão
 
Um estudo de cientistas holandeses e americanos sugere que a depressão pode acelerar o processo de envelhecimento das células. Exames de laboratório mostram que as células parecem ser biologicamente mais velhas em pessoas que sofreram ou sofrem casos graves de depressão.
 
Os pesquisadores detectaram essas diferenças em uma estrutura da célula chamada telômero. O comprimento destas estruturas é usado para medir o envelhecimento celular.
 
Os especialistas já sabiam que as pessoas que sofrem de depressão têm um risco maior de desenvolver doenças ligadas ao envelhecimento, como alguns tipos de câncer, diabetes, obesidade e doenças cardíacas.
 
Isso pode derivar, em parte, de um estilo de vida não muito saudável, que incluiria também o consumo de bebidas alcoólicas e o sedentarismo. O estudo foi publicado a revista especializada Molecular Psychiatry.
 
Telômeros curtos
Josine Verhoeven, do Centro Médico da Universidade VU, na Holanda, junto com colegas americanos, recrutou 2.407 pessoas para participarem do estudo. Mais de um terço desses voluntários sofria de depressão; um terço tinha passado por um caso grave de depressão; e o restante nunca havia tido a doença.
 
Os voluntários deram uma amostra de sangue para os pesquisadores analisarem, em busca de sinais de envelhecimento celular. Eles buscavam alterações nos telômeros.
 
Os telômeros protegem os cromossomos, que contêm o DNA. A função do telômero é proteger os cromossomos de possíveis danos e, à medida que as células se dividem, eles vão ficando cada vez mais curtos.
 
Medir o tamanho destes telômeros é uma forma de avaliar o envelhecimento celular. As pessoas que estavam com depressão ou já tinham sofrido com a doença no passado tinham telômeros bem mais curtos do que os que nunca tinham passado por isso.
 
Essa diferença era aparente mesmo quando eram levadas em conta diferenças no estilo de vida, como o fato de alguns voluntários fumarem ou beberem muito. Além disso, os pesquisadores descobriram que os pacientes com casos de depressão bem mais graves ou crônicos tinham os telômeros mais curtos entre todos os voluntários.
 
Reação à angústia
Verhoeven e os outros cientistas especulam que os telômeros mais curtos podem ser uma consequência da reação do corpo à angústia causada pela depressão.
 
"Esse estudo em larga escala fornece provas convincentes de que a depressão está associada a muitos anos de envelhecimento biológico, especialmente entre aqueles que sofrem com os sintomas mais graves e crônicos", afirmaram os cientistas no estudo.
 
Ainda não está claro se esse processo de envelhecimento pode ou não ser revertido. A médica britânica Anna Phillips, especialista da Universidade de Birmingham, pesquisou os efeitos do estresse no comprimento dos telômeros.
 
Segundo a médica, o comprimento dessa estrutura celular não fornece uma previsão consistente para outros problemas, como o risco de morte.
 
Phillips também afirmou que é provável que um grande problema de saúde relacionado à depressão - não um episódio ou uma vida inteira de sintomas moderados da doença - desencadeie a redução dos telômeros.
 
BBC Brasil/iG

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