Brasília – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou ontem (12) a
ampliação da idade máxima de doação de sangue para 69 anos. Atualmente, a faixa
etária para doação é de 16 a 67 anos.
O ministro assinou, também, a portaria que
torna obrigatória a realização do Teste de Ácido Nucleico (NAT) em todas as
bolsas de sangue coletadas pelos bancos de sangue públicos e privados do
país.
“Estamos adotando este teste como obrigatório tanto nos bancos de sangue
públicos quanto nos privados. [O teste] já acontece em 100% dos bancos públicos
brasileiros e agora nos permitir colocar nos bancos privados", disse
Padilha.
Hoje são coletadas no Brasil 3,6 milhões de bolsas por ano, o que corresponde
ao índice de 1,8% do parâmetro estabelecido pela Organização Mundial da Saúde
(OMS). O ministro destacou que o objetivo do governo é atingir o parâmetro de 3%
de bolsas coletadas ao ano. Ele frisou que o atual parâmetro já está dentro da
faixa proposta pela OMS.
No ano passado Alexandre Padilha diminuiu de 18 anos para 16 anos a idade
mínima para a doação de sangue. Com as idades mínima e máxima para doação
ampliadas, 8,7 milhões novos voluntários poderão contribuir para manter os
bancos de sangue. Países como os Estados Unidos, a França e a Espanha já
trabalham com a faixa etária de até 69 anos.
A realização do teste NAT permite maior rapidez na identificação de vírus
como o HIV e o da hepatite C no sangue de doadores.O exame reduz a chamada
janela imunológica para a identificação mais rápida desses vírus. A redução do
tempo que o vírus permanece indetectável – a janela imunológica - por teste é de
35 dias para 12 dias no caso da hepatite C e de 22 dias para dez dias, no caso
do HIV. O NAT identifica o material genético do vírus e não os anticorpos como
ocorre com o exame Elisa, normalmente utilizado nos bancos de sangue, o que
permite um resultado mais rápido e eficaz.
De acordo com Padilha, a implantação desses novos testes que aumentam a
sensibilidade para detectar a infecção pelo HIV e pela hepatite C não exclui as
outras medidas do questionário, de critério de doação por dois motivos: elas
ajudam a reforçar a sensibilidade e potencializam a ação dos testes. “É a parte
mais importante da segurança de um banco de sangue e afasta qualquer pessoa que
tenha se exposto a uma situação de risco”, frisou Padilha.
“Todo eles [os testes] são absolutamente confiáveis. O Nat descobre mais
precocemente se aquela pessoa está infectada pelo vírus, por isso é importante
para transfusão de sangue, é um passo importante para dar mais segurança”
acrescentou o ministro.
O Sistema Único de Saúde (SUS) conta com 32 hemocentros coordenadores e 368
regionais, além de núcleos de hemoterapia distribuídos em todo o país.
Atualmente, 75% da coleta de sangue são feitos na rede pública e 25%, na rede
privada. Os bancos de sangue terão 90 dias para se adequar às novas regras. A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será responsável pela
fiscalização das redes.
Agência Brasil
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