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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

América Latina reduz fome mas sofre com obesidade

Países com mais obesidade nos adultos acima de 20 anos são
San Cristóbal e las Neves, Belize, Bahamas, México,
Barbados e Venezuela
Situação afeta mais que a desnutrição e ameaça transformar no principal risco alimentício
A FAO elogiou, nesta terça-feira (3), o esforço para reduzir a fome na América Latina e no Caribe, onde o problema afeta 7,9% da população, mas advertiu do risco do aumento dos índices de obesidade e sobrepeso. No relatório "Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional da América Latina e do Caribe 2013", apresentado hoje em Santiago, a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) argumentou que a região é a que maiores avanços fez na luta contra a fome.
 
Segundo números da FAO, o número de pessoas que passa fome na região diminuiu de 65,7 milhões em 1990-1992 para 47 milhões em 2011-2013, o que equivale a uma queda de 14,7% da população para 7,9%. Adoniram Sanches, oficial de políticas da FAO, disse que oito países da América Latina e o Caribe conseguiram erradicar a fome: Argentina, Barbados, Chile, Cuba, Dominica, México, São Vicente e Granadinas e Venezuela. Outros, como Brasil, Colômbia, Guiana, Honduras, Nicarágua, Panamá, Peru e República Dominicana alcançaram a meta do primeiro Objetivo do Milênio, que propõe reduzir pela metade entre 1990 e 2015 as pessoas que sentem fome.
 
Estes avanços são o resultado da combinação de crescimento econômico, compromisso político e uma "decidida ação pública" com o enfoque de "dupla via", que complementa ações diretas para atender os mais vulneráveis com políticas para modificar as estruturas que geram desigualdade e exclusão, disse a FAO.
 
Nesse sentido, Sanches ressaltou quatro tipos de políticas impulsionadas pelos governos da região que tiveram efeitos positivos na redução da fome e da desnutrição. Trata-se das transferências condicionadas, os programas de alimentação — os 33 países latino-americanos e caribenhos têm algum, planos de apoio à agricultura familiar e iniciativas para fomentar o emprego rural decente.
 
Apesar da melhora nos últimos anos, a FAO lembrou que ainda há 47 milhões de pessoas desnutridas na região e 66 milhões que vivem em situação de indigência. A situação mais delicada é a do Haiti, onde 49,8% da população passa fome, seguido pela Guatemala (30,5%), Paraguai (22,3%), Nicarágua (21,7%) e Bolívia (21,3%).
 
Um problema que surgiu com força nos últimos anos é a obesidade e o sobrepeso, uma situação que na região afeta mais gente que a desnutrição e que ameaça com se transformar no principal risco alimentício nos próximos dez anos. Segundo a FAO, a obesidade afeta 23% da população adulta da região, uma porcentagem que sobe para 61% se forem contabilizadas também as pessoas com sobrepeso.
 
O chefe de políticas do escritório regional da FAO assinalou que "a obesidade é grave porque se vincula a doenças cardiorrespiratórias ou diabetes". Ele acrescenta que a OMS (Organização Mundial da Saúde) já avisou que "é um grande dilema" para os próximos anos.
 
O problema do excesso de peso se deve a mudanças no estilo de vida e às profundas transformações nos padrões alimentícios. E afeta os países da região com maior crescimento econômico e os mais pobres, assim como os que conseguiram erradicar a fome e os que ainda sofrem dessa carência, afirmou a FAO no relatório.
 
Segundo números divulgados pelo organismo das Nações Unidas, os países com mais obesidade nos adultos maiores de 20 anos são San Cristóbal e las Neves (41%), Belize (35%), Bahamas (35%), México (33%), Barbados (33%) e Venezuela (31%). Chile e Argentina se situam na zona alta da lista com 29%, enquanto na parte baixa aparecem Equador (22%), Cuba (21%), Brasil (20%), Paraguai (19%), Bolívia (19%), Colômbia (18%) e Peru (17%). María José Coloma, empresa de consultoria em nutrição da FAO, sustentou que países como o Brasil, Chile, México, Costa Rica impulsionaram nos últimos anos leis para limitar a publicidade de fast food voltada para crianças e fomentaram a educação e o identificação nutricional dos alimentos.
 
EFE/R7

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