Rio de Janeiro – O Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro fiscalizou 50
unidades públicas de saúde na cidade do Rio, entre os dias 12 e 19 de agosto.
Várias irregularidades foram constatadas, principalmente relativas ao tempo de
espera por internação em leitos hospitalares.
O relatório completo será apresentado hoje (5), durante audiência pública
na sede da entidade. Um texto com informações preliminares foi divulgado ontem
(4), indicando que o maior tempo de espera é verificado nas especialidades de
ortopedia (9 dias), oncologia (12 dias) e infectologia (16 dias).
A fiscalização foi conduzida pelas promotorias de Justiça e de Tutela
Coletiva da Saúde da Capital, com a participação das promotoras Anabelle Macedo
Silva, Patrícia Silveira Tavares e Madalena Junqueira. Além da falta de leitos,
o MP detectou falta de sistema informatizado para organizar as filas de
pacientes que aguardam por vaga, a falta de critérios claros para definir quem
deve receber prioritariamente a vaga no hospital e ausência de cooperação entre
hospitais federais, estaduais e municipais.
Para a promotora Madalena Junqueira, o levantamento, apesar de inédito,
mostrou uma realidade que não é nova. “O dado alarmante encontrado foi que de
1.225 pacientes encontrados nas emergências, 812 aguardavam internação e,
desses, 220 esperavam para ser internados em leitos de unidades de tratamento
intensivo. Além disso, foi constatado que 32 leitos estavam vazios e que, nesse
período, houve 209 óbitos. Isso demonstra uma total desorganização do sistema”,
disse a promotora.
A audiência pública ocorrerá das 12h às 19h, no auditório do Ministério
Público, no centro do Rio. Além das promotoras, participarão gestores públicos,
representantes de conselhos profissionais de Saúde, do Poder Judiciário e da
Defensoria Pública.
Agência Brasil
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