Rio de Janeiro – É crítica a situação do Hospital Federal do Andaraí (HFA),
na zona norte da capital fluminense. Falta material hospitalar, emergência
saturada, pacientes atendidos nos corredores, elevadores quebrados e obras
interrompidas.
O aposentado Amaral Plecínio disse que o neto, com o braço esquerdo quebrado,
foi levado ao hospital, mas não foi atendido porque não havia gesso para fazer a
imobilização. "O que nós assistimos aqui é uma verdadeira vergonha, é um grande
exemplo de que somos tratados como verdadeiros palhaços pelo Poder Público. Tive
que levar meu neto para o Souza Aguiar, que fica no centro da cidade. Imagina um
caso grave que chega aqui? Não vai ser atendido nunca", disse.
A auxiliar de serviços gerais, Juracir de Oliveira, declarou que, por duas
vezes, teve a cirurgia no ombro adiada por falta de material."Meu ombro dói
muito, estou tentando remarcar. Infelizmente este hospital é o que temos, e não
temos condições de buscar um serviço de saúde melhor. Espero que tomem
providências rápidas para que não só eu, mas todos aqui sejam atendidos",
declarou.
De acordo com um dos médicos da unidade, que não quis se identificar,
cirurgias estão sendo canceladas por falta de roupas esterilizadas. Segundo ele,
esse tipo de problema prejudica o trabalho do corpo médico. "O material que
chega aqui no hospital rapidamente acaba, são muitos pacientes chegando e o
hospital não têm infraestrutura para atender a todos. Para os médicos é
humilhante, não estamos conseguindo desempenhar nosso trabalho da maneira que
queremos. Não conseguimos dar o retorno positivo para a população", disse.
O Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que questões logísticas
relacionadas à lavanderia, serviço prestado pela empresa Lido Serviços Gerais,
acarretaram faltas pontuais de roupas cirúrgicas e lençóis. O HFA contratará,
emergencialmente, outra empresa para fazer o serviço. No momento, o fornecimento
de roupas hospitalares está garantido por meio de empréstimo de outras unidades
federais.
Em relação ao atendimento no setor de emergência, o ministério disse que tem
um sistema de classificação de risco, que avalia a gravidade do paciente. O
sistema prioriza os casos mais graves, como acidentados, politraumatizados,
queimaduras de altos graus, pessoas enfartadas, entre outros que necessitem de
intervenções cirúrgicas de urgência.
Agência Brasil
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