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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Inca: Brasil tem 3º maior banco de medula óssea do mundo

São mais de 3 milhões de doadores cadastrados. Segundo instituto, 90% dos pacientes que aguardam transplante no País já encontram doador compatível
 
O Brasil já tem mais de 3 milhões de doadores de medula óssea cadastrados, atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 90% dos pacientes que aguardam um transplante no País já encontram doador compatível.
 
Melhorar a infraestrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) para os transplantes, entretanto, ainda é um desafio. O assunto foi debatido em audiência pública nesta terça-feira (17) na Comissão de Seguridade Social e Família.
 
A diretora do Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgências do Ministério da Saúde, Maria do Carmo, disse que são indiscutíveis os avanços da política setorial no tocante ao número de transplantes, investimentos em estrutura e capacitação.
 
Há 71 centros de transplante no País, 80% deles públicos. Atualmente, há 1227 cadastrados em busca de doador de medula compatível. O transplante de medula pode curar em torno de 80 doenças. Só neste ano, o número de transplantes de medula deve chegar a 280, um crescimento de cerca de 8% em relação ao ano passado.
 
Doadores compatíveis
O diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Inca, Luiz Fernando Bouzas, ressaltou que são grandes as dificuldades de encontrar doadores compatíveis, principalmente em uma sociedade altamente miscigenada e com grande diversidade genética, como a brasileira.
 
Bouzas disse ainda que a primeira alternativa é sempre o doador familiar, normalmente o irmão. Segundo informou, essa modalidade atende 30 % dos transplantados. Os outros 70% recorrem aos registros nacionais e internacionais porque as características genéticas se repetem na população. “Por isso, o grande sucesso do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) é um avanço”.
 
No Brasil, há 57 centros de recrutamento de doadores, os hemocentros. “A existência do banco de sangue garante o registro da diversidade genética em cada região”, afirmou Bouzas, lembrando que ainda são poucos na região Norte e Nordeste, mas que há planos para expansão. Os bancos públicos de cordão umbilical, que armazenam sangue coletado na hora do parto, já somam 17 mil amostras sanguíneas, 170 já foram usadas em transplantes.
 
O dirigente reconhece, no entanto, que com melhores centros de transplantes, os resultados poderiam ser melhores. “Poderíamos ter ampliação do serviço. Há poucos centros que fazem transplantes em crianças, por exemplo.”
 
Para o deputado Paulo Foletto (PSB-ES), o médico deve ser valorizado e defendeu a revisão da tabela de remuneração do SUS. Ele que é cirurgião geral afirma que hoje um médico chega a receber R$ 50 por uma cirurgia de vesícula.
 
Redução da toxidade
Outro problema a ser resolvido, segundo Bouzas, é a redução toxicidade associada ao tratamento, o que poderia ser resolvido com a autorização de medicamentos para prevenção e controle de complicações que ainda não estão disponíveis no Brasil.
 
Para o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), autor do projeto que virou lei criando a semana de mobilização para doação, faltava conhecimento sobre a possibilidade de doação, por isso não havia doadores. Ainda hoje, há 20% de deserção dos registrados. Por isso, o deputado apresentou projeto de lei para que os bancos de sangue não recusem doações. Há limites a serem respeitados nos estados e o deputado é contra. “Esse doador tem de ser celebrado, aplaudido, temos que manter o entusiasmo da população para se cadastrar”, concluiu.
 
O doador voluntário deve ter entre 18 e 55 anos e não ser portador de doença transmissível pelo sangue.
 
Faltam leitos
O Ministério da Saúde reconhece que faltam leitos específicos para transplantados nos hospitais públicos e lançou em 2010 um incentivo no valor de R$ 1 milhão para a instalação de unidades com até cinco leitos. Só três hospitais aderiram até hoje.
 
Autor do requerimento para a audiência pública, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) comemora os avanços alcançados nos últimos cinco anos, desde a morte de seu filho, com leucemia, que não encontrou doador.
 
O deputado destacou, no entanto, que é preciso investir também no custeio a longo prazo de unidades especializadas. “Em se tratando de leucemia, você tem que ter equipes especializadas. O quarto não pode ser o mesmo de qualquer outra doença, o ar tem que ser rarefeito, tem que ser fechado em razão da baixa imunidade dos pacientes.”
 
Na opinião de Albuquerque, é preciso convencer os hospitais a ampliar o número de leitos.
 
“Evidentemente, esses hospitais têm de ser bem remunerados porque um transplante que dá certo são mais 4,5, 6 meses de tratamento e se não dá certo pode se prolongar por mais um ano. Não é o hospital que tem que assumir esse risco, mas o Sistema Único de Saúde.”
 
SaudeWeb

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