Foto: Junior Fecks / Reprodução Doença é caracterizada pela morte progressiva dos neurônios |
O número de pessoas que sofrem com a demência, principalmente em decorrência do mal de Alzheimer, aumentou em 22% nos últimos três anos, atingindo 44 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo relatório recente da Federação Internacional de Estudos sobre o Mal de Alzheimer.
Este número deverá triplicar até 2050, para quando é estimado que haverá cerca de 135 milhões de pessoas vítimas da demência em todo o planeta. A doença é caracterizada pela existência de placas senis (identificadas como agregados de proteínas beta-amiloides), bem como uma degeneração neurofibrilar, ligada à proteína Tau em estado anormal ("fosforilada"), que se acumula nos neurônios e propaga a sua destruição. Apesar dos progressos, as pesquisas ainda se concentram em entender a sequência de eventos que levam à morte neural, para melhor elucidar as primeiras alterações identificadas no organismo do paciente.
— A busca não está avançando rápido o suficiente e os modelos animais são imperfeitos. Para parar a engrenagem fatal seria necessário intervir antes do início dos sintomas, o que significa que deveríamos ser capazes de diagnosticar muito cedo o risco de uma pessoa desenvolver Alzheimer, quase dez anos antes das primeiras manifestações da doença — afirma o professor Philippe Amouyel, diretor da Fundação Nacional de Alzheimer da França.
Testes neuropsicológicos, genéticos, tomografias por emissão de pósitrons e dosagem do líquido que banha a medula espinhal são alguns dos instrumentos mais comuns existentes para a detecção da doença hoje em dia. Também há estudos que são conduzidos para melhor identificar as pessoas em risco de desenvolver Alzheimer. De acordo com especialistas, a identificação de vinte genes que predispõem à doença em sua forma esporádica (não-familiar) oferecem novos caminhos que podem ajudar a desenvolver tratamentos e métodos de triagem do problema.
Estimular a mente, ocupar-se com atividades variadas e até mesmo trabalhar por mais tempo diminuem o risco de desenvolver a doença, ou pelo menos retardam o seu aparecimento, conforme demonstrado por estudos franceses e americanos — algo que não pode ser desprezado, dizem os cientistas.
AFP/Zero Hora
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