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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Pacientes com câncer de laringe que tiraram cordas vocais formam coral

Eduardo Martins Tarran/ACCamargo
Pacientes que tiveram a laringe retirada cantam no coral Sua Voz
Coral Sua Voz, mantido pelo Hospital A.C. Camargo, conta com pacientes que usam prótese, laringe eletrônica ou voz esofágica
 
Após um silêncio forçado de três meses, desde que fez a extração da laringe, Jair Machado de Rodrigues descobriu que não precisaria das cordas vocais para manter o gosto pelo canto. Ele canta usando uma prótese interna que faz as vezes da laringe. Visualmente, nem dá para perceber. Mas o som emitido, muito grave, mostra que aquela voz é especial e carrega as consequências de quatro décadas de fumo que lhe causaram o câncer de laringe. 
 
Assim como Jair, outras 11 pessoas compõem o Coral Sua Voz, mantido pelo Hospital A.C. Camargo Cancer Center. Dentre eles, há 3 tipos de timbres: as resultantes de prótese, que dão o tom grave; a esofágica - o próprio esôfago produz a voz, em vez de usar a laringe -; e a produzida pela laringe eletrônica, que causa um efeito metálico. E faz-se música.
 
“Todos os coralistas tiveram câncer avançado de laringe e não conseguiriam falar sem aparelhos ou reabilitação fonoaudiológica. Alguns aprendem a falar com o esôfago, que é uma capacidade absurda do corpo humano”, explica Elisabete Carrara de Angelis, diretora de fonoaudiologia do hospital.
 
Além do entretenimento e da amizade, participar do coral ajuda na evolução do tratamento. “A voz esofágica é bem mais grave que a voz natural e é mais limitada em graves e agudos, mas, por meio do canto, é possível ampliar essa gama tonal, o que dá mais expressividade na fala. É preciso ter agudos para expressar alegria ou tristeza, e o coral ajuda nisso”, explica Elisabete.
 
Maria Clara Falcucci, de 62 anos, também foi fumante e teve a laringe retirada há seis anos. Hoje é companheira de coral de Jair. Esse companheirismo do grupo é uma das coisas que ela mais valoriza.

“Nossos encontros são maravilhosos, vejo pessoas com o mesmo problema que o meu, minha autoestima fica lá em cima. Há pessoas que chegaram no coral e não falavam nada. Agora colocaram a prótese e estão ótimas”.
 
Assista ao vídeo do coral Sua Voz:
 

iG

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