Brasília - Uma equipe de cerca de 200 profissionais e estudantes do projeto Bandeira
Científica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo chegou ontem
(11) ao município mineiro de Pedra Azul.
O objetivo é colaborar para a melhoria
dos índices de saúde e aprender a trabalhar em situações adversas, sem estrutura
ou recursos disponíveis. Alguns integrantes do projeto visitaram a cidade
anteriormente e constataram que os jovens enfrentam problemas com drogas e
álcool – ponto importante para a atuação do Bandeira Científica.
Médicos de diversas especialidades, fisioterapeutas, dentistas e psicólogos,
entre outros profissionais, passarão dez dias em Pedra Azul tentando desafogar a
demanda por atendimento, além de ajudar no treinamento dos gestores locais. "Os
dois objetivos principais da expedição são colocar os estudantes em áreas
carentes para eles aprenderem lidar com a falta de estrutura, usando o que têm
para extrair o melhor de si, e também dar um empurrãozinho para que o município
possa aprender a caminhar com as próprias pernas", explicou o coordenador.
Uma equipe de engenharia também vai fazer parte da expedição. Os
profissionais vão elaborar projetos necessários na área de saneamento básico,
setor que afeta a saúde da população. Luiz Fernando Ferraz, coordenador do
projeto, ressalta que a intenção é fazer com que a comunidade se desenvolva de
maneira independente. "Deixamos os projetos e indicamos os tipos de
financiamento que eles podem conseguir para a execução, mas não executamos."
A cidade fica na região do Vale do Jequitinhonha, a 700 quilômetros da
capital mineira, e tem quase 24 mil habitantes, dos quais em torno de 6 mil
serão atendidos pela equipe da expedição. Com o apoio de órgãos públicos e
privados – como a Fundação e Instituto de Pesquisas Econômicas, o Exército
Brasileiro e a Colgate –, eles levam atendimento e informação a lugares com
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo. A Força Aérea Brasileira, por
exemplo, ajuda no transporte da equipe, enquanto o grupo farmacêutico Sanofi
Brasil fornece os medicamentos necessários e envia funcionários voluntários para
ajudar no trabalho.
O coordenador contou à Agência Brasil que Pedra Azul tem uma
estrutura básica de saúde, com médicos generalistas, mas a população não tem
acesso a exames e consultas em várias especialidades. Eles vão tentar diminuir a
fila de pessoas que precisam de atendimento de especialistas e, com a ajuda de
patrocínio, dão óculos, remédios e próteses dentárias a quem precisa.
Pedro Yoshikawa, farmacêutico da Sanofi, participou do projeto em 2012, em
Afogados do Ingazeira (PE). Ele disse que encontrou muita pobreza, miséria e uma
cidade que estava há quase um ano sem chuva. Lá, Pedro fez o processo de triagem
dos pacientes para encaminhá-los aos médicos, aferiu pressão, verificou glicemia
e até se fantasiou de mosquito da dengue em um teatrinho para mostrar às
crianças como combater a doença.
Pedra Azul fica próximo à fronteira de Minas Gerais com a Bahia. Em relação
aos 853 municípios de Minas Gerais, a cidade ocupava a 668ª posição no IDHM, em
2010. A esperança de vida é 72,08 anos. Em 2010, esse índice em Minas Gerais era
75,3 anos.
Agência Brasil
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