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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Entenda a diferença entre fome e vontade

Responda: você come quando está com fome ou é levado simplesmente pela vontade de comer? Hoje vamos esclarecer tudo sobre o que é fome e o que é vontade, afinal com tanta oferta de “gostosuras” não há nada mais atual do que a obesidade, que está atingindo níveis preocupantes não só no Brasil.
 
Fato é que o corpo precisa de energia para funcionar bem e uma rede de mecanismos é que manda o aviso ao cérebro. “Uma vez que este sinal periférico, geralmente hormonal, chega ao cérebro, ocorre uma elaboração de resposta no centro processador de informações cerebrais, o hipotálamo. E é a partir do hipotálamo que a ordem é dada: precisamos de comida”, explica a endocrinologista Andressa Heimbecher, especialista em emagrecimento.
 
Segundo ela, o tecido adiposo (a reserva de energia), o estômago e o intestino, por exemplo, também são capazes de enviar esta mensagem ao cérebro. “Quando estamos cheios, o cérebro é avisado e a ordem de parar de comer é enviada”, diz. Segundo ela, quando o estômago está vazio, ocorre o aumento do hormônio grelina, que vai antecipar a vontade de comer, e quando está saciado, o tecido adiposo libera leptina e o pâncreas produz insulina. Estes hormônios enviam a mensagem ao cérebro de que é hora de parar de comer. “O que se sabe é que os pacientes que estão acima do peso, na grande maioria das vezes, apresentam resistência à ação do hormônio leptina. Isto quer dizer que mesmo que seja produzida uma quantidade muito grande deste hormônio, ele não será reconhecido”, esclarece.
 
E quando não é exatamente fome e sim vontade de comer algo, como um chocolate, por exemplo? “Este mecanismo envolve basicamente duas teorias: a primeira é a de que a pessoa come porque gosta de determinado alimento. A segunda é de que come porque é recompensador”, explica.
 
O grande problema é quando essa vontade traz o excesso de alimentação e, muitas vezes, é ineficaz controlar a quantidade de energia ingerida. “Somos cercados de estímulos para comer comidas palatáveis, de alto teor de açúcar e gordura. Além disso, os estímulos para mantermos nosso corpo em repouso, desde controles remotos até vidros automáticos nos carros, levam ao menor gasto calórico”, afirma.
 
Mas porque o chocolate é mais gostoso do que alface? Ela explica: “Porque os alimentos com mais gordura e açúcar estimulam determinadas áreas cerebrais ligadas ao prazer e à recompensa”.
 
Tem também a “antecipação do desejo”, que ocorre quando, sem motivo, vem a vontade de comer determinado alimento. Este movimento é relacionado ao neurotransmissor cerebral dopamina que, ao ter seus níveis aumentados, faz com que a pessoa busque por determinado alimento. De acordo com Andressa, o valor desse alimento não é atribuído somente ao paladar e à disponibilidade, mas também pela diferença genética e psicossocial de cada um. “Por exemplo, o valor de um brigadeiro ou de uma canja de galinha para uns pode não ter significado para outros. Além disso, as experiências pessoais vão imprimir memórias aos cheiros, texturas e sabores, tornando esse processo de escolha alimentar algo muito mais complexo do que pensamos”, reforça.
 
Estudos têm demonstrado que os pacientes obesos atribuem valores inapropriados aos alimentos.
 
Andressa diz que o sistema de recompensa de um paciente obeso é ativado só depois do quinto pedaço de pizza. Em uma pessoa com o peso normal, a satisfação vem com o segundo ou terceiro pedaço. E tem mais: enquanto nos magros as comidas com menos teor de gorduras estão associadas à sensação de bem-estar, nos obesos o teor de gordura deverá ser bem maior para provocar a mesma sensação.
 
O grande questionamento é entender o que faz uma pessoa acima do peso ter esta distorção do sistema de recompensa? “A decisão de comer envolve a genética, o ambiente, a disponibilidade, as emoções e, é claro, a fome. O papel dos hormônios e dos neurotransmissores no estudo do apetite ainda está começando a ser descoberto”, completa.
 
Universo Jatobá

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