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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Depressão infantil está associada ao baixo peso ao nascer


Depressão infantil está associada ao baixo peso ao nascer Adriana Franciosi/Agencia RBS
Foto: Adriana Franciosi / Agencia RBS
Análise de indicadores foi feita por questionários respondidos
 pelos pequenos e seus pais
Crianças nascidas abaixo do peso são mais vulneráveis a dificuldades de saúde mental
 
De acordo com estudo realizado pela USP, o baixo peso ao nascer, como um risco biológico associado a outras variáveis clínicas e sociodemográficas, pode se configurar numa vulnerabilidade para a presença de dificuldades comportamentais e de depressão infantil. A pesquisa teve como objetivo verificar se as crianças nascidas com baixo peso são mais propensas a apresentar depressão e dificuldades comportamentais na idade escolar, em comparação a crianças nascidas com peso normal.
 
A investigação avaliou 665 crianças com idade entre 10 e 11 anos, de ambos os sexos, nascidas em Ribeirão Preto entre maio a agosto de 1994. Elas foram divididas em cinco grupos de peso ao nascer, conforme os valores de referência da Organização Mundial da Saúde: muito baixo peso (abaixo de 1.500g); baixo peso (1.500g a 2.499g); peso insuficiente (2.500g a 3.000g); peso normal (3.001g a 4.250g); muito alto peso (acima de 4.250g).
 
A análise dos indicadores comportamentais foi feita por meio do Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ), respondido pelos pais. Os indicadores de depressão foram avaliados com base no Inventário de Depressão Infantil (CDI), respondido pelas próprias crianças. Além disso, as condições clínicas das crianças e as características sociodemográficas das famílias também foram observadas.
 
Principais descobertas
O grupo formado por crianças com "muito baixo peso ao nascer" apresentou mais indicadores de hiperatividade em comparação aos demais, além de mais problemas de relacionamento com colegas e depressão infantil que os demais grupos "muito alto peso ao nascer".
 
Observou-se, para todos os grupos, que as variáveis sociodemográficas relativas à menor qualificação da ocupação do chefe da família, à menor escolaridade e à inclusão em classes econômicas menos favorecidas foram as que apresentaram mais associações com a presença de problemas comportamentais. O mesmo, no entanto, não foi observado para a depressão.
 
O baixo peso ao nascer pode ser, assim, reconhecido como uma condição adversa ao desenvolvimento infantil, favorecendo dificuldades comportamentais e depressão infantil. Considera-se, portanto, que o grupo de crianças nascidas com baixo peso mostrou-se mais vulnerável a dificuldades de saúde mental.
 
Depressão infantil
Estudos apontam que, na população brasileira, de 0,4% a 3% das crianças apresentam características depressivas. Em adolescentes, esse número varia de 3,3% a 12,4%, com fortes indicativos de se desenvolver a doença em idade adulta. No estudo realizado em Ribeirão Preto, 6,9% das crianças apresentaram indicadores de depressão.
 
As causas são relacionadas a aspectos psicossociais, ou seja, perda de vínculos afetivos, divórcio dos pais, violência física e psicológica, falta de apoio familiar. Um dos primeiros sinais de alerta é a queda do rendimento escolar, além do desenvolvimento do quadro de mudanças repentinas do estado de ânimo, isolamento e tristeza.

Agência USP

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