Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



quinta-feira, 13 de março de 2014

Interromper menstruação é possível sem prejudicar fertilidade; conheça os métodos

pílula anticoncepcional - Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Até a pílula convencional pode ser uma opção para suspender ou reduzir ciclos
 
Tida como difícil e dolorosa para uma parcela das mulheres, a possibilidade de suspender a menstruação pode significar um alívio, além de ser um tratamento para algumas doenças, como miomas e cistos de ovário. 
 
Mas esse benefício não precisa se limitar a esses casos: qualquer mulher que se sente incomodada com a menstruação pode procurar um ginecologista e expor seu desejo.
 
Pacientes com menstruação muito desconfortável, que sangram muito, têm muita cólica e TPM forte podem escolher não menstruar sem qualquer risco a sua fertilidade.
 
"Quando o método é suspenso, o ovário retorna a seu trabalho, que é ovular, garantindo a volta da fertilidade dois a quatro meses após a parada do anticoncepcional", afirma o ginecologista Antônio Júlio Sales Barbosa, do Hospital Santa Catarina. Segundo os especialistas, não há prejuízos orgânicos em suspender a menstruação. No entanto, vale ressaltar que não existe a necessidade de bloqueá-la em todos os casos, cabendo à mulher e ao seu ginecologista de confiança a livre escolha, independente do critério utilizado para a decisão.

Sobre os métodos que interrompem a menstruação, existem diversas formas com diferentes indicações. Se você está considerando interromper a menstruação, converse com seu médico e conheça aqui as maneiras de suspender ou diminuir o fluxo menstrual, seus efeitos colaterais e qual combina mais com seu perfil:
 
pílula anticoncepcional - Foto: Getty ImagesPílulas anticoncepcionais sem interrupção
A pílula anticoncepcional é utilizada para inibir a fertilidade da mulher e ajuda a regular a menstruação, entre outros benefícios. Normalmente, é utilizada durante três semanas havendo um intervalo de sete dias, no qual ocorre a menstruação - mas você pode emendar as cartelas e interromper os sangramentos. Para suspender a menstruação, você pode usar tanto pílulas comuns quanto especiais - a escolha dependerá de como o seu organismo reage a cada opção. As pílulas comuns combinam os hormônios progesterona e estrógeno, enquanto as especiais são feitas especificamente para quem não deseja menstruar, e podem carregar apenas um desses hormônios. "Quando bem indicadas e acompanhadas por um profissional, apresentam os mesmos riscos da pílula cíclica, ou seja, seu uso contínuo não apresenta nenhum efeito colateral diferenciado", afirma a endocrinologista Dolores Pardini, do departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Não é preciso fazer a pausa na pílula a cada três meses para menstruar. O sangramento da pausa da pílula é meramente artificial e só acontece porque, enquanto a mulher recebe a carga hormonal vinda da pílula, o endométrio vai se espessando. "Quando há a retirada dos hormônios (estrogênio e progesterona), há o a descamação do endométrio e, logo, o sangramento", explica o ginecologista Antônio Júlio Sales Barbosa, do Hospital Santa Catarina. "Mas isso é um processo artificial, já que o hormônio vem da pílula." Ao contrário do que pode se pensar, o endométrio não continuará se espessando com o tempo de uso do método hormonal. Segundo a ginecologista Carolina Ambrogini, da Unifesp, a progesterona acabará atrofiando o endométrio, e a única consequência disso é a diminuição do fluxo menstrual.

Entretanto, é essencial que haja o acompanhamento médico antes da mulher começar a emendar as cartelas. "Há o risco dela ingerir uma dose elevada dos hormônios, ocasionando problemas como pressão alta, alterações venosas e problemas de coagulação no sangue", diz a ginecologista Caroline Alexandra Pereira de Souza, especialista em reprodução humana e endoscopia ginecológica da Clínica BMS, em São Paulo. Esse método, inclusive, não pode ser utilizado por mulheres com problemas de coagulação, já que as pílulas podem levar à trombose.
 
injeção - Foto: Getty ImagesInjeção de hormônios
"São os mesmos hormônios da via oral administrados por via intramuscular", explica a endocrinologista Dolores. Dependendo do hormônio e dose, a frequência podes ser mensal ou trimestral. Quando bem indicadas e acompanhadas por um profissional não tem efeito colateral por serem contínuas, apresentando os mesmos riscos da pílula cíclica.

Segundo a ginecologista Carolina, esse método apresenta muitas vantagens, sendo muito indicado para mulheres que têm intolerância às pílulas orais ou que precisam fazer uso de outro medicamento. "Outra vantagem é que os anticoncepcionais injetáveis não interferem no prazer sexual e ainda ajudam a diminuir a intensidade das cólicas menstruais, além de prevenir várias doenças como o câncer de endométrio, no ovário, doenças mamárias, cistos e miomas uterinos e doenças inflamatórias pélvicas", afirma Carolina.

Dentre as vantagens do anticoncepcional injetável destaca-se ainda o combate à anemia, pois seu uso estimula a formação de glóbulos vermelhos, prevenindo a doença. "Já as desvantagens incluem alguns efeitos colaterais, como alterações no ciclo menstrual, que pode variar desde ao excesso de sangramento a completa amenorreia", explica a ginecologista. Também é comum sentir dor de cabeça, dores nos seios e também nas pernas, além de retenção de líquidos. "Outra questão acerca do método injetável está relacionado à fertilidade, pois ao interromper o uso do anticoncepcional a mulher só voltará a ser fértil após seis meses ou um ano", lembra a especialista. Ele é contraindicado para mulheres fumantes, por aumentar o risco cardiovascular nesses casos, ou que estejam amamentando, por conta dos hormônios.  
 
implante subcutâneo - Foto: Getty ImagesImplantes subcutâneos
Nesse método, é colocado um pequeno implante no antebraço, próximo ao cotovelo - região com pouca irrigação sanguínea. O procedimento é feito em consultório com anestesia local.  "O implante hormonal é cilíndrico e tem aproximadamente 4 cm de comprimento e 2 mm de espessura", lembra a ginecologista Carolina. É um implante em plástico, macio e flexível, colocado por baixo da pele do braço. Os hormônios utilizados são os mesmos que nos métodos intramusculares ou via oral. "Dependendo do implante utilizado não existe a possibilidade de retirá-lo caso seja necessário, pois ele migra no tecido", alerta a endocrinologista Dolores. Segundo a especialista, os implantes mais recomendados são aqueles que podem ser retirados e tem duração de três anos, devendo ser trocados após esse período. "Quando bem indicadas e acompanhadas por um profissional apresentam os mesmos riscos da pílula cíclica."

A presença do implante não provoca desconforto, não é visível nem limita a utilização do braço, assim como sua remoção, que é feita facilmente sob anestesia. "Ele funciona liberando para a circulação diariamente uma pequena quantidade de progestativo, que provoca um espessamento do muco cervical, evitando a penetração dos espermatozoides na cavidade uterina, além de atuar modificando o endométrio para inibindo a ovulação", explica Caroline. As menstruações não ocorrem ou tornam-se escassas e irregulares. Porém, não é aconselhável em casos de tromboses agudas, embolias ou doenças hepáticas graves. "A eficácia pode ser modificada pela utilização de outros medicamentos - por isso, consulte o seu médico ou farmacêutico. "

É importante ressaltar que o implante subcutâneo fica nas camadas mais externas da pele, não devendo ser aplicado em partes profundas, sob o risco de causar efeitos colaterais mais fortes, sair do lugar ou impedir sua retirada. Busque um profissional de confiança, que saiba fazer essa aplicação para não correr riscos.
 
DIU - Foto: Getty ImagesDIU com progestógenos
Assim como o implante subcutâneo, o DIU libera doses contínuas de hormônios, mas durante cinco anos. Em geral, é colocado em consultório, mas o procedimento pode ser um pouco doloroso. "Em algumas pacientes mais sensíveis a dor, pode ser necessário colocar em hospital, com anestesia", explica o ginecologista Antônio. Depois dos cinco anos o DIU é retirado e, após a realização de alguns exames, colocado novamente, se a paciente desejar. Esse método não é tão indicado para mulheres com mioma no útero e infecções uterinas, já que o DIU poderá agravar os casos de infecção e, no caso de algum mioma, é tecnicamente impossível colocá-lo. Porém, a avaliação médica é necessária para determinar a viabilidade do método.

"Os DIUs liberam progestógenos (Levonorgestel) que deixam o endométrio mais fino (por isto geralmente diminuem a quantidade de sangramento)", afirma a ginecologista Carolina. Além disso, eles têm a ação da progesterona sobre o muco cervical, tornando-o espesso, criando mais uma barreira para os espermatozoides. De acordo com a endocrinologista Dolores, eles podem levar a suspensão da menstruação no primeiro ano em cerca de 30% dos casos, tendo duração de cinco anos.  Em outros casos, pode ser que a menstruação demore cerca de um ano para ser completamente suspensa. "As indicações são individualizadas, sendo que mulheres predispostas podem sofrer ganho de peso e sintomas depressivos, além do risco de não causar a suspensão total da menstruação."

Os especialistas afirmam que não há qualquer risco de o DIU sair do lugar com o passar do tempo ou durante as relações sexuais. No entanto, o ginecologista pedirá um retorno ao consultório um mês e seis meses após você ter colocado o DIU. Isso porque a mulher pode sofrer uma rejeição ao método, que irá sair do lugar ou ser expelido pelo canal vaginal. Segundo os especialistas, a taxa de rejeição ao DIU é de 2%. Caso a mulher se adapte ao método, as consultas voltam a ser anuais, e juntamente com os exames de Papanicolau e transvaginal o médico acompanha o DIU.
 
mulher na ginecologista - Foto: Getty ImagesAblação do endométrio
Indicada para mulheres já próximas da menopausa e com o número planejado de filhos, ou então que possuem um sangramento menstrual excessivo. "Retira-se com laser algum tecido endometrial, como uma raspagem", afirma a endocrinologista Dolores. É um procedimento não invasivo que não requer internação, sendo uma alternativa de histerectomia para mulheres que não querem se submeter a uma cirurgia mais complexa. Apenas o médico pode recomendar a ablação do endométrio, já que seus efeitos são irreversíveis: a mulher que é submetida a esse método não é recomendada a engravidar, uma vez que a gravidez seria arriscada para a mãe e o bebê. "A ablação endometrial causa cicatrizes no revestimento uterino, que vão por sua vez reduzir os sangramentos futuros - por isso, muitas mulheres têm bem pouco ou nenhum sangramento após esse procedimento", explica a ginecologista Caroline. A taxa de sucesso da ablação é grande, mas não pode ser considerada uma forma adequada de controle de natalidade. Dessa forma, converse com seu médico sobre as vantagens de fazer esse procedimento.
 
pílula anticoncepcional - Foto: Getty ImagesHormônios naturais
Entende-se por hormônio natural aqueles fabricados pela mulher, que no caso das pílulas anticoncepcionais é o estradiol. "A única pílula atualmente disponível no mercado a base de estradiol não leva a amenorreia", declara a endocrinologista Dolores. O que pode acontecer é uma redução do fluxo menstrual, o que por si só pode ser uma vantagem para mulheres que sofrem com ciclos muito intensos ou longos.
 
 
mulher pensando - Foto: Getty ImagesÉ 100% garantido?
Embora não ofereça riscos à saúde, a garantia total de que a menstruação será suspensa não existe, independente do método escolhido. "Há uma margem de 10 a 15% de mulheres que não conseguem se adaptar e, mesmo usando algum método, continuam menstruando", explica o ginecologista Antonio. Segundo o especialista, existem os chamados "spots", menstruações ocasionais que podem acontecer. Além disso, no caso do uso da pílula, o sucesso depende da disciplina da paciente. "A paciente com problema é a que toma cada dia em um horário ou se esquece de tomar, podendo falhar quando não existe controle."
 
Minha Vida

Nenhum comentário:

Postar um comentário