Maria Fernanda Ziegler
Médicos fazem mutirão em campanha contra o tabagismo
em São Paulo
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José Carlos Isola, 62 anos, está sentindo dificuldade para respirar. O radialista aposentado sabe a causa do problema e que precisa se cuidar. Há 50 anos, ele fuma dois maços de cigarro por dia. Embora faça exercícios e ande “uma Avenida Paulista inteira por dia”, recentemente ele tem notado que , além do pigarro, passou a apresentar dificuldade em respirar.
“Eu sempre fumei, desde pequeno. Sei que está me fazendo mal, mas o problema é que eu sinto um prazer enorme em fumar. Há dois meses reduzi para um maço por dia. O último cigarro que eu fumei foi às 9 horas. Estou me controlando para não fumar outro agora”, disse Isola, às 11h30 da manhã.
As mudanças notadas por Isola foram comprovadas num exame. Ao fazer o teste de capacidade pulmonar no stand montado em São Paulo como parte da de uma campanha o Dia Mundial Sem Tabaco, que será celebrado no próximo sábado (31), ele ficou sabendo que o pulmão está comprometido.
“A capacidade pulmonar dele está comprometida. Ele já tem doença pulmonar obstrutiva crônica”, disse a Regina Maria Carvalho Pinto, pneumologista e vice-presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia.
No Brasil, a doença pulmonar obstrutiva crônica, também chamada de enfisema pulmonar, atinge cerca de seis milhões de pessoas. Somente 12% dos pacientes são diagnosticados e desses apenas 18% recebem tratamento. A doença mata cerca de 40 mil pessoas por ano no Brasil. Em todo o mundo, a Organização Mundial da Saúde acredita de acordo com projeções que a DPOC será a terceira maior causa de morte no mundo até 2030.
Os sintomas iniciais da doença são tosse e falta de ar. “É a inflamação nos brônquios que acaba destruindo os alvéolos pulmonares. Não dá para recuperar o que foi destruído, mas parar de fumar é a primeira medida para eliminar o fator de risco. Não tem cura, mas há tratamento”, disse Regina Maria. "
Problemas evitáveis
Mas o enfisema pulmonar é uma das inúmeras doenças relacionadas ao tabagismo, considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma das principais causas de morte evitável no mundo. O cigarro está associado a várias doenças como as cardiovasculares, infecções respiratórias, cânceres, úlceras, impotência sexual e complicações na gravidez.
Mas o enfisema pulmonar é uma das inúmeras doenças relacionadas ao tabagismo, considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma das principais causas de morte evitável no mundo. O cigarro está associado a várias doenças como as cardiovasculares, infecções respiratórias, cânceres, úlceras, impotência sexual e complicações na gravidez.
No Brasil, estima-se que o cigarro seja a causa de 200 mil mortes por ano, 23 por hora. No mundo, estima-se que o cigarro seja a causa de 4,9 milhões de mortes por ano, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia.
Para tentar convencer a população de largar o cigarro, Sociedade Paulista de Pneumologia disponibilizou o acesso à Calculadora do Vício, programa que mede todo o dinheiro desperdiçado em cigarro desde o início de seu consumo. No caso de Isola, foram R$ 144.000,00. De acordo com os cálculos, se o dinheiro tivesse sido aplicado em poupança, renderia R$1.764.291,36. Em uma aplicação com rendimento de 1% o montante resultaria em R$ 9.374.001,53.
“Espero que estes resultados me ajudem a largar o cigarro. Pois, como eu disse, eu gosto muito de fumar”, disse.
iG
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