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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Câncer no estômago e no pâncreas estão entre os mais letais, diz médico

Dor abdominal frequente e perda de peso sinalizam algo errado no corpo. Câncer no pâncreas é raro no Brasil; no estômago é 4º tipo mais comum

Ficar atento a pequenos sinais que o corpo emite pode ajudar a detectar possíveis tumores no estômago e no pâncreas, tipos de cânceres silenciosos e considerados dos mais letais por especiaistas, pois provocam metástase, processo em que a doença se espalha pelo organismo através da corrente sanguínea.

O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), de 53 anos, morreu  em São Paulo, após quatro anos de tratamento contra problemas decorrentes de câncer no estômago e no pâncreas (neoplasia gastrointestinal). A informação foi divulgada pela equipe médica do Hospital Sírio-Libanês, onde Déda estava internado.

O político foi diagnosticado com a doença em 2009, quando se submeteu a uma cirurgia para a retirada de um nódulo benigno no pâncreas. Em 2012, ele retomou o tratamento quimioterápico.

Como surge o câncer (Foto: G1)

De acordo com o médico cirurgião do aparelho digestivo, Nelson Adami Andreollo, neoplasia gastrointestinal é o nome dado aos tumores malignos que atingem o estômago, pâncreas, fígado, vesícula e esôfago.

O especialista, que coordena o Centro de Diagnóstico de Doenças do Aparelho Digestivo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) disse ao G1 que os tumores no pâncreas e no estômago têm grau de letalidade maior se comparado aos demais tipos.

“No caso do câncer no estômago, de cada dez doentes que tratamos, dois ou três terão uma sobrevida de até cinco anos. Já nos casos de tumores no pâncreas, entre 10% e 20% terão sobrevida de até cinco anos”, explica Andreollo. Segundo ele, o diagnóstico é difícil, pois são doenças silenciosas e ambas provocam a metástase.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ligado ao Ministério da Saúde, o maior fator de risco para o desenvolvimento de tumores no estômago é infecção pela bactéria H.pylori.

Outros fatores que contribuem para o surgimento é alimentação pobre em vitaminas A e C e alto consumo de alimentos enlatados, defumados, com corantes e conservados em sal.

Tumores no pâncreas podem surgir por consumo excessivo de álcool. Pessoas portadoras de diabetes também têm risco maior de desenvolver a doença.

Atenção aos sinais do corpo
Por isso, de acordo com o especialista, é necessário ficar atento a sinais que o corpo dá.

Sintomas frequentes de má digestão, sensação de estômago estufado, emagrecimento e perda de apetite podem indicar que algo está errado.

"O paciente deve procurar auxílio médico e realizar uma endoscopia digestiva, único exame que diagnostica tumores no estômago", explica.

Já o câncer de pâncreas pode ser detectado a partir de dores abdominais persistentes, perda de peso, icterícia (pele e olhos amarelados) e dor nas costas.

"No Brasil, pela dificuldade que os pacientes têm para realizar exames especializados, o diagnóstico costuma ser tardio. A consequência é que a doença evolui rapidamente. Quando a detecção acontece precocemente, uma cirurgia de retirada do estômago ou do pâncreas pode fazer com que o paciente leve uma vida normal após a descoberta", disse.

Nesse caso, segundo o especialista, os tumores têm que ficar restritos ao órgão, sem ocorrência de metástase.

Casos no Brasil
O câncer de pâncreas é pouco incidente no Brasil, segundo o Inca, por isso não há estimativas sobre o número de pessoas com risco de desenvolver a enfermidade no país.

Em 2011, de acordo com levantamento mais recente do Ministério da Saúde, 7.726 pessoas morreram por complicações em decorrência da doença.

Já o câncer de estômago é o quarto mais comum no Brasil. Segundo o instituto, 12.870 homens e 7.520 mulheres podem desenvolver a doença em 2014.

Esse é o segundo tumor mais frequente nas regiões Norte (11 casos a cada 100 mil habitantes) e Nordeste (10 casos/100 mil). É o quarto tipo de neoplasia mais frequente nas regiões Centro-Oeste (11 casos/100 mil) e Sul (16 casos/100 mil), e o quinto tipo que mais afeta a população da região Sudeste (15 casos/100 mil).

Em 2011, 13.328 pessoas morreram após desenvolverem tumores malignos no estômago.

G1

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