Por Dr. Helder Montenegro
A coluna vertebral
pode sofrer alterações em seu alinhamento anatômico, assumindo formas em
C ou em S. Desde a infância pode-se observar o início das alterações
das curvaturas e durante a adolescência elas pioram bastante devido ao
crescimento acelerado e desordenado, a fase do estirão. Se não tratadas,
essas alterações podem evoluir até a idade adulta, o que pode ocasionar
algumas consequências para o paciente.
Essas curvaturas são conhecidas como escoliose e trata-se de uma doença que pode ter um comprometimento severo não
apenas do ponto de vista estético, mas também funcional, prejudicando a
qualidade de vida do indivíduo. Na maioria dos casos, ela não tem uma
causa conhecida, é uma alteração genética. Pode também ser provocada por
doenças neurológicas, reumatológicas e traumas.
A escoliose
acomete principalmente as regiões torácica e lombar da coluna vertebral.
Na região torácica, a coluna se articula com as costelas, formando o
que chamamos de caixa torácica. Dentro da caixa torácica estão
"guardados" os pulmões e o coração, órgãos de importância vital. Nos
casos em que a angulação da escoliose é muito grande, ou seja, mais de
50 graus, pode acontecer uma compressão desses órgãos, dificultando a
expansão e comprometendo a capacidade pulmonar.
As alterações
musculares e ósseas envolvendo vértebras e costelas na escoliose
comprometem a mecânica dos movimentos respiratórios. Os pacientes
referem dores e desconfortos como um cansaço e dificuldade respiratória.
Pequenos movimentos da vida diária como subir escada, carregar uma
sacola de compras, cuidar de criança, lidar com animais de estimação são
executados com dificuldade, precisando ser interrompidos como uma pausa
para descanso.
Os casos de menores angulações podem
receber tratamento conservador como o uso de colete e fisioterapia. Na
fisioterapia, exercícios específicos para a coluna escoliótica e
técnicas como a Reeducação Postural Global - RPG Souchard atuam sobre os
músculos que estão comprometidos com a escoliose e por meio de
alongamentos específicos desses músculos, a curvatura é amenizada, o que
deixa os pacientes bastante satisfeitos com os resultados do
tratamento.
Mesmo sendo uma
doença causada por fatores genéticos (na maioria dos casos), o
tratamento conservador proporciona resultados positivos com melhora da
escoliose ou pelo menos impede a evolução da doença, que tende a se
complicar progressivamente se não for tomada nenhuma atitude
profilática.
Os indivíduos com
escoliose de grande angulação precisam ser tratados cirurgicamente
quando a curvatura está pondo em risco o bom funcionamento dos pulmões e
do coração ou se o paciente estiver muito insatisfeito esteticamente. A
intenção cirúrgica é de alinhar a coluna, diminuindo a angulação da
escoliose. Para isso são usadas pequenas estruturas metálicas que fixam
as vértebras entre si.
A fisioterapia
respiratória também entra como uma importante aliada ao tratamento dos
casos mais graves de escoliose, pois atua de forma direta na expansão
pulmonar estimulando o bom funcionamento dos músculos respiratórios,
proporcionando sensações de bem estar e mais disposição física ao
indivíduo.
Minha Vida
Nenhum comentário:
Postar um comentário