Estresse é uma das causas da perda de memória. Felizmente, é possível reverter
o quadro, o que não acontece com o Alzheimer
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Tarefas não
são feitas, compromissos são perdidos, não por má vontade, mas sim por
não ter se lembrado deles. Parece uma traição do cérebro, mas não é. Em
alguns casos, pode sinalizar que algo está errado e é preciso
acompanhamento médico imediato.
Existe aquela perda de memória
transitória, que logo volta ao normal. Algumas, no entanto, acabam
comprometendo o cérebro e as recordações podem ser apagadas para sempre.
É o caso das lesões cerebrais por conta de traumas físicos, como
acidentes automobilísticos, pancadas na cabeça, além daquelas doenças
que atrofiam o cérebro, como o Alzheimer.
Veja algumas causas da perda de memória:
Alzheimer -
“No Alzheimer, a pessoa não a pessoa só perde a memória, mas também a
atitude, a cognição. Ela fica sem iniciativa”, explica Antônio Carlos
Montanaro, neurologista do Hospital Beneficência Portuguesa. É
uma doença neurológica que é progressiva, atrofia o cérebro e não tem
cura, apenas retardamento da evolução.
Lesões traumáticas – nos acidentes
automobilísticos, por exemplo, o quadro pode ser irreversível. “Em uma
batida de carro, é necessário lembrar que o corpo todo do viajante está
na velocidade do carro, então o crânio bate de um lado e do outro e,
eventualmente, se o acidente fizer o carro girar, o cérebro pode girar
dentro do crânio, como se torcesse um tubo de spaghettis e voltasse”,
explica Montanaro. “Dependendo do local que a lesão acontece, o cérebro
perde a capacidade de interagir de um hemisfério com o outro, assim o
paciente não consegue mais se lembrar de algumas coisas”.
Parada cardíaca – a
perda de memória não é comum, mas, dependendo do tempo em que alguém
levou para ser socorrido e, consequentemente o tempo em que o cérebro
ficou sem oxigenação, podem haver sequelas, pois o cérebro é lesado.
Perdas transitórias da memória
Esquecer-se
de muitas coisas do dia a dia pode ser consequência de um dia a dia
muito corrido, preocupante, de uma dieta pobre em vitaminas e também de
problemas na tireoide, explica o neurologista da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo, Rubens Gagliardi.
Estresse -
“Às vezes o estresse muito forte, a falta de sono e o cansaço podem
comprometer a memória”, conta Gagliardi.
Problemas totalmente
reversíveis. Para voltar ao estado ‘original’ de memorização, basta quem
está sendo afetado descobrir que é esse o seu problema e descansar
mais, ter boas noites de sono e gerenciar o estresse. “A pessoa tem
tanta coisa para fazer que esquece mesmo, por conta da sobrecarga”,
explica Montanaro.
Problemas na tireoide – a
glândula em forma de borboleta que fica no meio do pescoço é essencial
para uma boa memória. Por ser responsável pelo equilíbrio hormonal do
corpo, controlando hormônios essenciais para a vida, qualquer problema
que acontece nela pode resultar em perda de memória. Um endocrinologista
pode avaliar, pedindo exames, se algo está errado na sua função.
As
disfunções tireoidianas são tratáveis com medicações.
Carência de vitaminas –
a máxima “você é o que você come” é real. Quem não come bem e não
consegue absorver todas as vitaminas necessárias para corpo pode sofrer
com esquecimentos. E é algo fácil de resolver, basta fazer um exame de
sangue que consegue dosar as vitaminas para ver se existe algo de
errado.
Diabetes – está comprovado que o diabetes
pode deixar alguns bem esquecidos. Com a disfunção controlada, a pessoa
volta a ter a memória de sempre.
Pressão alta – a
hipertensão é um risco para a perda de memória, já que aumenta o risco
de AVC, que lesa o cérebro e pode deixar a pessoa com problemas na
memória.
Depressão – a depressão é uma causa comum de perda de memória, que pode ser revertida com o tratamento da doença.
Déficit de atenção –
alguns casos são apenas temporários, por conta de sobrecarga de
trabalho e atividades cotidianas. Outros casos, Gagliardi explica, são
patológicos e precisam de tratamento médico.
Traumas psicológicos - dependendo do trauma e da susceptibilidade da pessoa, ela pode ter perdas de memória relacionadas ao evento.
Como preservar a memória?
Muitos
sonham em, quando aposentar, comprar uma casa na praia e passar o dia
olhando para o mar, no maior relaxamento possível. Relaxar é bom, pois o
estresse também faz mal para a memória, mas não pensar em nada pode ser
perigoso. “O cérebro é como um músculo. Se parar de usar, ele atrofia”,
explica Montanaro. A recomendação, portanto, é sempre se manter ativo.
E, claro, para isso valem, sim, as tão conhecidas palavras cruzadas.
iG
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