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Nova York - Duas novas revisões de estudos da publicados pela
Biblioteca Cochrane envolvendo corticoides inalados — as bombinhas
usadas por quem sofre de asma — sugerem que estes medicamentos afetam o
crescimento das crianças. Uma revisão estudou os efeitos dessas drogas
no crescimento quando comparadas com placebos e não esteroides, enquanto
outra ficou concentrado nas doses dos medicamentos.
A primeira
revisão sistemática examinou os resultados de 25 pesquisas com 8.471
crianças com asma de suave a moderada. Dos 25 estudos, 14 envolvendo
5.717 crianças mediu o crescimento durante um ano. A maioria dos
corticoides inalados foram testados e os resultados sugeriram que eles
suprimiam o crescimento, quando comparados com placebos e drogas não
esteroides. No grupo de controle desses estudos, a média de crescimento
entre as crianças era de 6 cm a 9 cm por ano, já nos grupos que tomaram o
corticoide inalado a taxa foi reduzida em 0,5 cm.
No Brasil,
Linjie Zhang, da Faculdade de Medicina da Universidade do Rio Grande do
Sul, e principal autora dessa revisão, diz que os efeitos no crescimento
“parecem menores comparados a outros benefícios, como o controle da
asma e a garantia do crescimento completo do pulmão”.
A segunda
revisão sistemática investigou os resultados de 22 pesquisas nas quais
as crianças asmáticas eram tratadas com doses baixas ou médias de
corticoide inalado. Dos 22 estudos, apenas três seguiram 728 crianças
por um ano ou mais. Um desses estudos também testou três doses
diferentes da droga. Nos três estudos que seguiram os participantes por
um ano ou mais, as doses baixas melhoraram o crescimento em 0,25 cm por
ano.
Os cientistas envolvidos nessas revisões ressaltaram que um
dos problemas é o não acompanhamento dos participantes e a duração das
pesquisas.
“Em apenas 14% dos ensaios que olhamos o crescimento
foi monitorado de forma sistemática por mais de um ano. Este é um
assunto de grande preocupação, dada a importância do tema. Recomendamos
que uma dose mínima eficaz do medicamento seja utilizada em crianças com
asma até que mais dados sobre as doses estejam disponíveis. O
crescimento deve ser cuidadosamente documentadas em todas as crianças
tratadas com o corticoides inalados”, disse Francine Ducharme, do
Departamento de Pediatria da Universidade de Montreal, no Canada, e
autora da segunda revisão.
O Globo
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