Reprodução Daily Mail |
Londres — À primeira vista, Daniela Vargova, moradora da pequena
Chippenham, na Inglaterra, parece uma pessoa normal, mas desde o ano
passado ela carrega nas mãos um coração biônico que a mantém viva.
Trata-se de um Dispositivo de Assistência Ventricular Esquerda (LVAD, na
gila em inglês), essencial para o bombeamento do sangue da jovem até
que ela consiga encontrar um doador para transplante.
Aos 30 anos,
Daniela procura passar o máximo de tempo ao lado do marido, Feliks
Rahuoja, e da família. No dia a dia, o LVAD fica guardado dentro de uma
bolsa de mão, inseparável para mantê-la viva. Apesar do desconforto, ela
se considera uma pessoa com sorte por ter sobrevivido às crises
cardíacas pelas quais passou.
— Às vezes eu acho difícil
transportar o LVAD o tempo todo. É estranho saber que é graças a algo
que está na minha bolsa que estou viva —disse Daniela, ao jornal
britânico “Daily Mail”. — Mas eu tenho consciência da sorte que tenho.
Eu recebi uma chance para viver que nem todos tiveram.
Daniela
recebeu o LVAD em agosto do ano passado, em cirurgia que durou quase
quatro horas no Harefield Hospital, em Londres. Ela começou a se sentir
mal em dezembro de 2012, quando sentiu dores severas no peito. Em
consultas, foi diagnosticada com arritmia ventricular e recebeu um
marcapasso, mas os sintomas não desapareceram. Em novos exames, ela foi
diagnosticada com miocardiopatia dilatada, que culminou com uma parada
cardiorrespiratória em julho de 2013.
— Os doutores avisaram
Feliks que eu tinha poucas chances de sobreviver e que ele deveria
avisar a minha família — lembrou Daniela.
André Simon, cirurgião
responsável pelo implante do LVAD em Daniela, explica que o dispositivo
funciona como um coração mecânico, que serve de suporte ao órgão
fragilizado. Eles são indicados para pacientes como Daniela como uma
forma de prolongar a espera por um transplante.
— O LVAD permite
que o paciente deixe o hospital e continue a viver até encontrar um
doador — explicou Simon. — Infelizmente, existem poucos doadores de
órgãos e muitos pacientes vivem com o LVAD por muitos anos antes de
receber o transplante.
O LVAD em si fica dentro do corpo de
Daniela, ligado por um fio para a bateria, que fica na parte externa. A
bateria pesa cerca de dois quilos e meio e precisa ser recarregada a
cada seis horas.
— O caminho foi duro, mas agora eu levo a minha vida normalmente — disse Daniela.
O Globo
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