Por Dr Helder Montenegro
A fratura na terceira
vértebra lombar no processo transverso da vértebra sofrida pelo jogador
da seleção brasileira de futebol Neymar Jr. Na última sexta-feira (4 de
julho) é de consolidação simples e não deixará sequelas. As pesquisas
mostram que elas ocorrem por uma reação dos músculos fixados na região
do processo transverso da vértebra. Esses músculos se contraem e causam a
fratura dessa ponto na vértebra.
A região fraturada
está distante da medula espinhal e por isso não deixa sequelas
neurológicas após a recuperação. O tratamento de fraturas no processo
transverso na vértebra é semelhante em qualquer região da coluna, com a
diferença de que na região lombar, como foi a do Neymar, é colocada uma
cinta e na cervical é utilizado um colar cervical.
Repouso
O repouso é o
primeiro passo para o tratamento deste tipo de fratura. A cinta deve ser
utilizada no descanso, o gesso não é uma alternativa, pois levaria à
dificuldades para respirar. Durante o repouso a orientação é passar boa
parte do tempo deitado. O tempo de repouso vai depender da idade e do
quão bem feito o descanso será. Isto porque qualquer movimento, até
mesmo um espirro, pode levar à contração muscular e causar dores.
A expectativa é
que a cinta seja utilizada e o repouso feito por cerca de duas a três
semanas. A pessoa será liberada para a fisioterapia após o raio X
constatar que houve consolidação óssea. Nesta fase não é necessário
ingerir medicamentos para a cicatrização óssea, apenas para dor, caso
seja necessário.
Seria uma
inconsequência fazer com que Neymar volte a jogar esta Copa do Mundo
numa possível final. Isto porque se ele voltar a se exercitar pode
ocorrer uma dificuldade de consolidação óssea e aumento do processo
inflamatório. Realizar infiltrações no local seria apenas uma forma de
mascarar a dor, mas a fratura não seria resolvida e colocaria em risco a
consolidação contínua da fratura. Isso sem falar na consequência de
choques durante o jogo gerando lesões mais graves na região da coluna.
A cirurgia na
região também não é sequer cogitada porque é uma lesão de simples
consolidação e o procedimento cirúrgico envolveria expor aéreas nobres e
assim há o aumento do risco de sequelas.
Fisioterapia
Após o repouso e a
consolidação óssea, a fisioterapia deve ser realizada. Este tratamento é
importante porque o nosso organismo tem uma imobilização natural para
proteger a região que foi lesionada. A pessoa fica de um jeito para
ajudar a cicatrização da lesão. O problema é que após a consolidação,
não temos um "antídoto" que desmonte tudo isso e fale para os ligamentos
e tendões voltarem ao normal que agora o osso está cicatrizado.
É neste momento
que o fisioterapeuta é importante. Este profissional irá realizar
manobras e exercícios para devolver as funções normais da coluna lombar,
que são flexão, extensão, rotação para direita e esquerda e
lateroflexão.
No caso do atleta a
orientação é fazer fisioterapia todos os dias e a expectativa é que
sejam necessárias entre quatro e cinco semanas. Pessoas que não são
atletas podem realizar a fisioterapia por cerca de três vezes na semana e
levam mais um ou dois meses a mais para obterem os mesmos resultados do
atleta na fisioterapia. No esportista tudo é mais rápido porque a
memória muscular é maior.
Cuidados com a musculatura
Quando as funções
normais da coluna lombar são recuperadas, voltar a se exercitar é
essencial, não apenas para os atletas, mas também para quem é
sedentário. Como o esportista já tem uma boa memória muscular, esta
parte não será tão difícil. Contudo, quanto mais sedentária a pessoa for
mais exercícios ela precisará fazer, pois provavelmente a atrofia
muscular em decorrência do repouso foi maior. Neste momento é importante
a participação do profissional de educação física com a orientação do
fisioterapeuta.
Minha Vida
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