Grupos de sintomas para diagnosticar o problema também mudou, segundo a Associação Americana de Psiquiatria
Por Dr. Lucas Romano
Até maio de 2013 quando foi lançada a quinta edição do manual de diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5) a síndrome de Asperger
era entendida como uma condição relacionada, mas distinta do autismo. É
importante ressaltar que os diagnósticos em psiquiatria em grande parte
seguem as recomendações do DSM e não deve ser diferente com o
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) que é um novo distúrbio que
substitui tanto o antigo Autismo quanto a síndrome de Asperger. Podemos
entender que a síndrome de Asperger passou a ser considerada uma forma
branda de autismo.
Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, essa mudança é benéfica e
necessária, já que todas as pessoas com transtornos do espectro autista
exibem alguns dos comportamentos típicos, é melhor redefinir o
diagnóstico por gravidade do que ter um rótulo completamente separado.
Assim os transtornos antes "separados", seriam na verdade um "continuum"
dentro do Transtorno do Espectro do Autismo o que é mais apropriado
para a compreensão e a orientação terapêutica.
Uma das dúvidas que
ainda permeia essa mudança é a conduta frente aos pacientes já
diagnosticados pelo os critérios anteriores, ou seja, se as pessoas
anteriormente diagnosticadas com Síndrome de Asperger devem ser
reclassificadas ou se o diagnóstico será mantido. Isso é mais
inquietante para os pacientes com Síndrome de Asperger que são
representados em por diversos meios na sociedade utilizando essa
denominação.
Houve também mudança nos critérios para o diagnóstico:
antes dessa revisão o diagnóstico era baseado em três grupos de sintomas
(déficits de interação social, de comunicação/linguagem e padrões
repetitivos de comportamento/esteriotipias). No DSM-5, os sintomas de
interação social e comunicação social foram agrupados em um só.
Agora há
dois grupos de sintomas para o diagnóstico, baseado na presença dos
critérios abaixo:
- Déficits de comunicação/interação social: déficit na reciprocidade das interações, déficits nos comportamentos não-verbais, dificuldade de desenvolver/manter relacionamentos
- Presença de um padrão repetitivo e restritivo de atividades, interesses e comportamentos: estereotipias (ecolalia, p.ex.), insistência no mesmo, adesão estrita a rotinas, interesses restritos/incomuns, hiper/hipo reatividade a estímulos sensoriais.
Outra mudança se refere ao atraso
de linguagem, que era um item importante para o diagnóstico do autismo e
para exclusão do Transtorno de Asperger. Uma explicação para essa
mudança é que os atrasos de linguagem ocorrem por muitas razões e não
apenas no Transtorno do Espectro do Autismo.
Mesmo diante de
novo panorama, a avaliação dos pacientes e familiares continua a ser uma
avaliação completa, composta da avaliação neurológica, psiquiátrica,
audiológica, visual e com aplicação de escalas para avaliação
comportamental, cognitiva e mesmo da linguagem.
Por último, o
tratamento também continua a ser baseado na reabilitação global com
intervenções de vários profissionais e inclusão em programa pedagógico
de educação especial.
Minha Vida
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