Por Dra. Denise Steiner
A rosácea
é uma doença crônica que atinge, principalmente, mulheres entre 30 e 50
anos. Ela não é contagiosa e tem origem desconhecida. A rosácea aparece
como área avermelhada, com pápulas e pústulas que se manifestam no
rosto e podem comprometer os olhos e o nariz. A doença pode ser
classificada quatro tipos: eritemato telangectasia (a mais comum),
pápula pustular, fimatosa e ocular.
Os tipos variam de
acordo com a forma como ela se manifesta. No primeiro caso, na
eritemato telangectasia, a pele fica muito vermelha e repleta de vasos
(telangectasias). Isso é muito evidente principalmente na região centro
facial. O avermelhamento pode ser agravado por vários fatores, entre
eles: o álcool, sol, estresse, exercícios físicos e calor. Quem possui a
rosácea, tem a sensação de estar com a pele pinicando ou queimando.
Neste caso, a pessoa afetada é sensível a qualquer creme.
A rosácea pápula
pustulosa é caracterizada pelo avermelhamento e pelo aparecimento de
lesões pápulo-pustulosas em surtos, como se fossem espinhas. Nesse tipo,
a rosácea lembra a acne - tanto que por muito tempo foi chamada de acne
rosácea. O tipo pápula pustular é bastante comum em homens, com
períodos de piora e melhora alternados.
O tipo menos
frequente é a rosácea fimatosa que causa uma inflamação na pele,
tornando-a mais espessa e vermelha. O terceiro tipo de rosácea
(fimatosa) é caracterizado pelo aumento e infiltração de áreas como as
glândulas sebáceas do nariz e é comum em homens com mais de 40 anos. Com
o tempo, o nariz pode até dobrar de tamanho. Queixo, rosto, olhos e
ouvidos podem ser comprometidos.
A rosácea ocular
atinge a região dos olhos. Cerca de 20% dos casos são descobertos em
visita a um oftalmologista. O indicativo da doença é uma inflamação
(chamada de blefarite) com avermelhamento e descamação na área dos
cílios. Este tipo é o mais grave de todos, podendo evoluir para a perda
da visão.
Existe outro
subtipo mais raro da rosácea, chamado granulomatosa. Sua característica
principal é o aparecimento de nódulos acastanhados na face. Cerca de 15%
dos pacientes com a doença podem ter lesões em outros locais. É um tipo
que tem tratamento difícil.
A rosácea também
pode se misturar. Pode ocorrer, por exemplo, a combinação do fimatosa
com o tipo pápula pustulosa e também com a forma mais comum, a eritemato
telangiectásica. Também é muito frequente a associação de rosácea do
tipo fulminante com a ocular.
O tratamento das
doenças crônicas que não têm origem conhecida são um desafio para o
dermatologista. No caso da rosácea, o tratamento do tipo mais comum é
feito com produtos tópicos, como metronidazol 0,75%, ácido azelaico
0,75%, peróxido de benzoila e retinoides tópicos. O objetivo principal
do tratamento é diminuir a inflamação do paciente, usando as substâncias
citadas cerca de 1 a 2 vezes por dia.
Outra alternativa é
a utilização de oximetozolina e da brimonidina. Ambos diminuem e
controlam o flushing (vermelhidão). É bom lembrar que eles não curam a
rosácea, mas diminuem o avermelhamento. Os inibidores da calcineurina
também melhoram a inflamação.
Para a rosácea
pápula pustulosa ocular e fimatosa é necessário utilizar o antibiótico
do grupo das ciclinas: a tetraciclina e a miniciclina. Eles são
utilizados até o controle clínico da doença e, com o tempo, a dose do
remédio vai baixando aos poucos.
Já a isotretinoína
pode ser utilizada nos quatro tipos de rosácea. O tratamento dura em
torno de 3 a 4 meses. Em todas essas situações, pode haver associação
dos medicamentos com o laser.
A correção
cirúrgica da rosácea é indicada nos casos de fimatosa ? o quarto tipo. E
para tratar a rosácea ocular, muitas vezes é necessário abordagem
específica, como o uso de colírios locais (com antibióticos) e também
imunossupressores, como a ciclosporina.
Também é
importante o uso do laser ou da luz pulsada para vasos. A luz do laser
atinge os vasos, promove sua destruição e clareia a região. Os tipos de
laser mais utilizados são o Pulsed Dye Laser e NdYag.
Minha Vida
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