Exame laboratorial não-invasivo aponta a quantidade de reserva ovariana, auxiliando as pacientes a programarem a maternidade
Cinqüenta anos após o surgimento da pílula anticoncepcional, um exame não-invasivo tem auxiliado as mulheres a programarem a maternidade com segurança. A técnica foi tema do estudo da Dra. Paula Fettback, do Grupo Huntington, um dos principais centros de medicina reprodutiva do Brasil.
Através da dosagem do Hormônio Antimülleriano (AMH), produzido pelas células da granulosa dos ovários, pode-se estimar de forma indireta se a quantidade de óvulos disponíveis está acima, na média ou abaixo do esperado para a idade e, desta forma, estimar a longevidade reprodutiva. O novo exame tornou-se um forte aliado dos profissionais que atuam na área e provavelmente em breve será solicitado rotineiramente nos consultórios ginecológicos para as pacientes por ser uma valiosa ferramenta no planejamento do futuro reprodutivo, pessoal e profissional da mulher moderna. Outro diferencial é que ele pode ser realizado em qualquer período do ciclo menstrual, pois não apresenta oscilação e risco de interferências hormonais.
O estudo foi apresentado no Congresso Brasileiro de Reprodução Humana, em 2010, e analisou os índices do AMH nos folículos ovarianos de 900 mulheres em idade reprodutiva, através de um exame de sangue. “Trata-se de uma nova e importante ferramenta para avaliarmos e estimarmos quanto tempo as mulheres podem planejar a maternidade, inclusive sugerindo a necessidade de preservar a fertilidade através de congelamento de óvulos, por exemplo.”, esclarece a Dra. Paula Fettback.
Com o AMH é possível estimar não apenas a reserva ovariana, mas também avaliar uma possível falência ovariana precoce, quadro que dificulta a realização dos tratamentos de fertilização, indiferente da idade da paciente. A pesquisa apontou que valores de AMH maiores ou igual a 1,0 mg/ml, geralmente, associam-se a melhores resultados.
“Assim como o envelhecimento da nossa pele com a perda de elasticidade, luminosidade e o surgimento de rugas e linhas de expressão, o nosso aparelho reprodutivo também passa por algumas mudanças físicas. O fato é que a queda de produção do AMH geralmente se inicia por volta dos 35 anos, diminuindo as chances de engravidar. Nesse período, a mulher ainda apresenta boas taxas de gestação. Já a partir dos 40 esperam-se maiores dificuldades na recuperação de oócitos, fertilização e conseqüentemente gravidez.”, informa Dra. Paula.
Fonte saude.uai
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