Cientistas do Consórcio Euroflow, que reúne 12 universidades europeias e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na busca de aperfeiçoar o diagnóstico de leucemia, se reúnem pela primeira vez no Brasil para avaliar os avanços na área. Eles participam do 1º Workshop de Citometria de Fluxo Euroflow, na Cidade Universitária da UFRJ.
Técnica usada para o diagnóstico de leucemias, a citometria de fluxo consiste em um aparelho que consegue fazer medidas individuais de milhares de células, numa contagem precisa, essencial à eficiência do tratamento da doença.
No encontro, a UFRJ, única universidade de fora da Europa que participa do consórcio, é representada pelo professor Carlos Eduardo Pedreira, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), e pela professora Elaine da Costa Sobral, do Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira.
No consórcio, a equipe brasileira contribuiu para o desenvolvimento de uma ferramenta que tornou mais preciso o diagnóstico das leucemias. Diante do desafio de ter medidas individuais de mais de 60 mil células, compondo um banco de dados de grande complexidade e tamanho, os pesquisadores brasileiros elaboraram uma série de métodos matemáticos que compõem o software desenvolvido pelo consórcio. Trata-se do Infinicyt, software adotado hoje com sucesso em mais de 20 países, incluindo o Brasil.
O Infiniticyt permite que sejam feitos diagnósticos precisos em leucemias. “Esse software está baseado nos trabalhos que nós publicamos. A engenharia tem uma contribuição fundamental da equipe brasileira”, destacou Pedreira. “Eu acho que não estaria faltando com a modéstia se dissesse que esse grupo está revolucionando a maneira de tratar os dados de citometria no mundo”.
O pesquisador destacou que, atualmente, as leucemias são doenças curáveis. “Por exemplo, as leucemias em crianças chegam a ter 80% de cura. Mas, para ter esses índices muito altos de cura, é preciso um diagnóstico muito preciso e precoce do tipo de leucemia”. O Consórcio Euroflow vem trabalhando há cerca de cinco anos na busca do aperfeiçoamento do diagnóstico da doença.
Os maiores pesquisadores do mundo nessa área estarão no evento, que prossegue até o próximo sábado (27). Entre eles, estão Alberto Orfao, pesquisador do Centro de Investigação do Câncer, da Universidade de Salamanca, na Espanha; Jacques van Dongen, da Erasmus University de Roterdã, na Holanda; Tomazs Szczepanski, da Medical University of Silesia, na Polônia; e Esther Mejstrikova, da Charles University, na República Tcheca.
Mais de 200 pessoas de laboratórios privados e universidades de todas as partes do Brasil e da América do Sul se inscreveram para participar do workshop.
Fonte Agência Brasil
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