Norma americana TIA 1179 estabelece requisitos para a infraestrutura de rede das instituições de saúde. Especialistas apostam que a regulamentação será incorporada aos processos de certificação internacional
Frações de segundos fazem a diferença entre a vida e a morte em um ambiente hospitalar. Atualmente, a boa gestão de processos, das práticas assistenciais e do fluxo de trabalho das equipes depende da infraestrutura das redes de comunicação. Tal criticidade fez a Associação da Indústria de Telecomunicações dos Estados Unidos (TIA, na sigla em inglês) lançar, em agosto de 2010, o documento TIA 1179 – Healthcare Facility Telecommunications Infrastructure Standard-, estabelecendo requisitos adequada às instituições de saúde.
Tipos de cabeamento, distância entre eles e localização são especificados no documento. Semelhantes diretrizes já foram estabelecidas para outros nichos do mercado americano como, por exemplo, serviços de Data Center.
No Brasil, não existe nenhuma lei que estabeleça um padrão de cabeamento. As empresas, assim como os hospitais e clínicas, costumam seguir a Norma Brasileira de Cabeamento de Telecomunicações em Edifícios (NBR), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
No entanto, de acordo com o gerente de insfraestrutura de TI e Telecom da Health Consult, Sérgio Fukushima, a NBR é baseada nas regras americanas TIA e na europeia ISO. Na hora da certificação da instalação, o fabricante, segundo o executivo, é quem faz a análise e concede a garantia.
Para o gerente técnico da empresa de soluções de rede CommScope, Henrique Shiroma, para que as determinações da TIA 1179 cheguem ao Brasil é uma questão de tempo. “É imprescindível que os hospitais brasileiros comecem a reestruturar sua rede de telecom, pois será uma necessidade real, tendo em vista o aumento da demanda e avanços tecnológicos do setor”.
“A norma foi criada olhando as necessidades de um hospital em convergência de voz, dados e imagens. Arrisco dizer que, em breve, será incorporada aos processos de certificação internacional, uma vez que está relacionada à segurança dos pacientes”, diz o diretor da Health Consult, Érico Bueno.
Atualmente, segundo os especialistas, a infraestrutura de cabeamento dos hospitais brasileiros está muito aquém dos padrões mínimos exigidos pela TIA 1179.
A nova determinação apoia uma ampla gama de sistemas e serviços clínicos (veja relação ao lado).
O TIA 1179 designa um número mínimo de pontos de rede por ambiente, e estabelece três categorias: Baixa (Low), de dois a seis pontos; Médio (Medium), de seis a 12 saídas; e Alta (High), acima de 14.
“O quarto do paciente, por exemplo, exige alta concentração de pontos, pois necessita de medição dos sensores em tempo real”, enfatiza Shiroma. As necessidades de uma sala cirúrgica são completamente diferentes do que as áreas de pesquisa, escritórios administrativos, entre outras, por exemplo. Para os técnicos de rede, a regulamentação está alinhada a tendência de conversão dos dispositivos eletromédicos para a tecnologia IP (Internet Protocol).
“Sistemas como o PACs (Picture Archival and Communication System, na sigla em inglês) estão fazendo com que a capacidade de armazenamento de imagens dos hospitais fique cada vez mais robusta”, ressalta Shiroma.
De acordo com ele, ao seguir as recomendações da Associação da Indústria de Telecomunicações (TIA), as instituições de saúde, independente do porte, se beneficiam em termos de durabilidade, segurança, agilidade, preservação de investimentos e sustentabilidade.
O executivo recomenda, ainda, que as clínicas e hospitais trabalhem com um gerenciamento inteligente, capaz de receber e controlar as informações dos pontos de rede.
Fonte SaudeWeb
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