Após anúncios direcionados do Google, companhias canadenses exportaram remédios aos EUA, o que fere a lei do país
WASHINGTON – A Google pagará uma multa de US$ 500 milhões por permitir que algumas companhias farmacêuticas canadenses divulgassem anúncios através do programa AdWords com foco em consumidores dos Estados Unidos, o que gerou uma importação ilegal de remédios, informou nesta quarta-feira o Departamento de Justiça.
A multa, uma das maiores dos EUA, representa a soma da receita recebida pela Google por divulgar esses anúncios e a renda obtida pelas companhias farmacêuticas por vendas procedentes do mercado americano, indicou o procurador federal do estado de Rhode Island, Peter Neronha, em comunicado.
O Departamento de Justiça destacou que o envio de remédios de farmácias estrangeiras aos EUA geralmente viola a Lei Federal de Alimentos, Remédios e Cosméticos. No caso de medicamentos vendidos sob prescrição médica, a importação também vai contra a lei de Substâncias Controladas.
A Google sabia desde 2003, quando foi aberta uma investigação sobre o assunto em Rhode Island, que em princípio é ilegal o envio de remédios com receita do exterior aos EUA, relatou o Departamento.
Embora a empresa tenha adotado medidas para bloquear as farmácias de outros países, não fez o mesmo com os anunciantes canadenses, que continuaram se dirigindo aos consumidores americanos, segundo o comunicado.
Entre 2003 e 2009, o buscador ofereceu assistência às companhias farmacêuticas anunciantes para ajudá-las a colocar sua publicidade no AdWords e melhorar a efetividade de seus sites, de acordo com a acusação.
“Obrigar a Google a mudar seu comportamento representa um passo muito significativo na limitação da capacidade das farmácias on-line que operam ilegalmente e pretendem chegar aos consumidores dos EUA”, avaliou o procurador.
Já o subsecretário de Justiça, James M. Cole, indicou que o acordo “garante que a Google mudará suas práticas de publicidade inadequadas a respeito destas companhias farmacêuticas, ao pagar uma das maiores multas da história”, acrescentou.
Fonte Estadão
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