O uso diário de um spray nasal de insulina ajudou a melhorar o raciocínio e memória de portadores do mal de Alzheimer, disseram pesquisadores dos EUA.
Os resultados preliminares foram divulgados no ano passado, em um congresso realizado em Honolulu, no Havaí.
O estudo foi limitado a 104 pacientes com sintomas leves a moderados da doença, ou então com um distúrbio precursor do Alzheimer, a deficiência cognitiva amnésica branda (aMCI, na sigla em inglês). Mesmo pacientes submetidos a uma dose menor também tiveram melhora ao se lembrarem de detalhes de uma história, após um pequeno intervalo.
"Nossos resultados sugerem que a administração da insulina intranasal pode ter um benefício terapêutico para adultos com aMCI ou mal de Alzheimer", escreveram Suzanne Craft, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em Seattle, e colegas dela, na revista Archives of Neurology.
Especialistas alertam que os resultados precisam ser confirmados em estudos maiores e mais prolongados, mas dizem que o resultado é bem-vindo num momento em que há poucos tratamentos efetivos para os problemas de memória que atingem os portadores do mal de Alzheimer, uma doença degenerativa incurável.
Os participantes do estudo foram aleatoriamente distribuídos em três grupos: 36 participantes receberam uma dose moderada de insulina pelo nariz diariamente; outros 36% receberam uma dose diária maior; e 30 pacientes usaram um placebo, durante quatro meses.
Os participantes eram chamados a recontar uma história imediatamente depois de ouvi-la, e após um pequeno intervalo. O grupo que recebeu a dose moderada, de 20 unidades internacionais (IU), se mostrou mais capaz que o grupo do placebo para recontar a história. O grupo que tomou a dose mais elevada (40 IU) não teve diferença em relação ao grupo do placebo.
Ambos os grupos que usaram insulina, no entanto, demonstraram melhoria na capacidade de raciocínio num teste chamado ADAS-cog.
"Tomados coletivamente, esses resultados oferecem um impulso para futuros testes clínicos", escreveram Craft e seus colegas.
Estudos anteriores já haviam sugerido uma ligação entre o mal de Alzheimer e a diabete tipo 2. Além disso, vários estudos sugerem que a ingestão nasal de insulina --que leva a substância apenas para o cérebro-- pode melhorar o desempenho de ratos diabéticos que foram geneticamente manipulados para desenvolverem Alzheimer.
Cerca de 35 milhões de pessoas no mundo todo sofrem do mal de Alzheimer, a forma mais comum de demência. Os medicamentos atuais tratam os sintomas, mas não há drogas capazes de conter a progressão da doença, que é fatal.
Fonte Folhaonline
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