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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Alto nível de bom colesterol pode não proteger coração

Funcionamento dessa substância no organismo é mais importante do que a quantidade presente

Há muito tempo se acredita que um alto nível de colesterol HDL – conhecido como o “bom colesterol” – ajuda a proteger a saúde do coração. Mas, novas pesquisas constataram que o desempenho do HDL - como ele funciona para livrar nosso organismo do excesso de colesterol - é tão importante como seu nível em si.

O HDL promove esta “limpeza” atuando como um barco, removendo o tipo de colesterol indesejado das células – os macrófagos – e transportando os mesmos para o fígado, onde podem ser eliminados do nosso organismo. Este processo ajuda a prevenir o acúmulo de colesterol nas paredes das artérias, que levam à formação de placas que são um indicativo de doenças cardíacas, explicou Daniel Rader, diretor de cardiologia preventiva da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Coração protegido?
Baixos níveis de HDL estão fortemente associados a um risco mais alto de doenças cardíacas, mas o contrário não é verdadeiro. Por muitos anos, especialistas se surpreencem porque alguns indivíduos com altos níveis de HDL ainda assim corriam alto risco de ter um infarto. Na verdade, testes realizados com o medicamento torcetrapib, que aumenta os níveis de HDL, foram interrompidos em 2006 quando ficou constatou que as pessoas sob uso do medicamento apresentavam riscos mais altos de infarto e morte.

O ocorrido levou pesquisadores à suposição de que algo relacionado ao funcionamento do HDL no organismo fosse mais importante do que simplesmente seus níveis.

No estudo, Rader e sua equipe coletaram amostras de sangue e medidas da espessura das paredes da artéria carótida do pescoço de 203 adultos saudáveis. Rader ressaltou que a espessura da carótida indica riscos de presença de placas arteriais e doenças cardíacas.


A equipe, em seguida, retirou o HDL das amostras de sangue e aplicou o “bom colesterol” a macrófagos derivados de linhas celulares de camundongos. Tanto em humanos como em camundongos, os macrófagos são células sanguíneas brancas que engolem micróbios invasivos como uma defesa de linha de frente; eles também engolfam colesterol, contribuindo assim para a formação de placas e inflamação nas paredes arteriais.

Participantes do estudo cujo HDL era menos eficaz na remoção de colesterol dos macrófagos apresentaram maior probabilidade te ter uma artéria carótida mais espessa.

“A função do HDL foi um indicativo ainda melhor da espessura da carótida do que o nível do HDL em si”, disse Rader, principal autor do estudo. A equipe de pesquisa denomina tal função como “capacidade de fluxo do colesterol”.

O estudo foi publicado na edição de 13 de janeiro do New England Journal of Medicine.

Segundo estudo
Em um segundo experimento, os pesquisadores analisaram a função do HDL em 442 pessoas que já tinham passado por cirurgia de bypass devido ao bloqueio arterial e em outras 351 pessoas sem doenças cardíacas.

O primeiro grupo apresentou um pior funcionamento do HDL, mesmo depois que os testes foram ajustados para os fatores de risco tradicionais, constataram os pesquisadores.

“Constatamos que as pessoas com bloqueios arteriais tinham habilidade significantemente menor de promover a remoção do colesterol. A avaliação do funcionamento do HDL foi um indicativo muito melhor da probabilidade da presença de artérias bloqueadas do que o nível do HDL em si”, explicou Rader.

Mas, isso não significa que um alto nível de HDL não seja importante, ressaltou o Dr. Robert Eckel, ex-presidente da Associação Americana de Cardiologia e professor de medicina da Universidade do Colorado. Segundo o especialista, geralmente, as pessoas com altos níveis de HDL também apresentam um melhor funcionamento do mesmo.

Entretanto, talvez as descobertas possam explicar porque algumas pessoas como alto nível de HDL ainda assim apresentem problemas cardíacos.

“Vejo diversas pessoas que têm problemas cardíacos, mas também apresentam alto nível de HDL. Então, o que está acontecendo no organismo destes indivíduos? Porque eles não estão protegidos? Este estudo pode mostrar que o HDL destas pessoas não está conseguindo realizar sua função de maneira adequada”, disse Eckel.

O contrário também pode ser verdadeiro: mesmo um indivíduo com baixo nível de HDL pode nunca desenvolver problemas cardíacos se seu HDL funciona adequadamente.

“Simplesmente porque alguém tem alto nível de HDL isso não quer dizer que seu funcionamento será adequado. E, da mesma forma, se um indivíduo tem nível baixo de HDL isso não quer dizer que seu funcionamento, ou sua habilidade de remover o colesterol será baixo”, ressaltou Rader.

O medicamento Statins, muito usado na reduzição o colesterol, abaixa o nível de LDL, o chamado “mau colesterol”. Quando o LDL é engolfado pelos macrófagos, ele geralmente fica preso nas paredes arteriais, acumulando-se e formando placas.

Segundo Rader, o Statins não afeta o nível de HDL.

Rader ressaltou que não existem exames disponíveis ao público para analisar o funcionamento do HDL, e provavelmente não existirão tão cedo. Ele ressaltou que os pesquisadores também desconhecem a razão pela qual o HDL pode não funcionar adequadamente na remoção do excesso de colesterol, algo que deve ser analisado em pesquisas futuras.

Fonte IG

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