Além de recursos próprios e do BNDES, hospital acorda empréstimo com três bancos internacionais: DEG, da Alemanha, Proparco, da França, e BID, dos EUA
Com taxa de ocupação em torno de 85%, aumento nas filas de internação e do pronto-socorro, o Hospital Sírio Libanês decidiu dobrar a capacidade de atendimento da unidade Bela Vista (SP), passando de 358 leitos para 692 até 2020. Tamanha ambição impulsionou a entidade a levantar mais de R$ 600 milhões.
Além dos próprios recursos e do BNDES, o hospital decidiu buscar alternativas de captação no exterior. A atitude pioneira rendeu três contratos com bancos internacionais: DEG, da Alemanha, Proparco, da França, e o BID, dos Estados Unidos.
“Essa experiência de buscar parcerias externas é uma quebra de paradigma para o setor hospitalar”, ressalta o superintendente de controladoria e finanças do Sírio Libanês, Carlos Alberto Marsal. Esta foi a primeira vez que os bancos DEG e Proparco firmaram contrato de empréstimo com um hospital da América Latina.
De acordo com o executivo, havia a necessidade de recursos com condições adequadas à filantropia. “A amortização não poderia ser inferior ao período de inauguração do prédio, previsto para 2013”, conta Marsal.
As linhas de crédito com os quatro bancos foram aprovadas entre 2010 e 2011. O contrato com o BID é diferente dos demais, sendo caracterizado como capital reserva.
Apesar da negociação com as instituições estrangeiras, o BNDES é o principal financiador do projeto, com R$ 430 milhões. O Empréstimo faz parte do programa do Ministério da Saúde de estímulo aos principais hospitais do Brasil, entre eles o Sírio Libanês (SP), Albert Einstein (SP), Alemão Oswaldo Cruz (SP), HCor (SP), Samaritano (SP) e Moinhos de Vento (RS).
As condições, estabelecidas em março deste ano com o BNDES são de quatro anos de carência, prazo total de 12 anos para pagar, com taxa de correção de 8% ao ano. A contrapartida do Sírio junto à entidade será na destinação de 5% do valor da linha de crédito para o SUS.
O valor acordado com os bancos DEG e Proparco foi de US$ 40 milhões, o equivalente a R$ 75 milhões na época da negociação. Ambas as instituições compartilham o risco mediante as seguintes condições: quatro anos de carência, taxa de correção de 4,3% ao ano e dez anos para pagar.
“Objetivo é garantir um Ebtida médio (lucro antes de juros, impostos, amortização, e depreciação) de 13% nos próximos anos, para que a geração de caixa complemente as necessidades de recursos”, diz Marsal.
No primeiro momento, a linha de crédito de US$ 40 milhões, aprovada junto ao BID, não será usada. “Vamos verificar como evoluirá a expansão para, depois, avaliar se haverá necessidade do crédito complementar”, explica Marsal.
Entre as áreas críticas a serem expandidas estão os serviços de diagnósticos, incluindo abertura de unidades externas para suprir a demanda; serviços de oncologia e salas cirúrgicas, passando de 19 para 31.
De acordo com Marsal, a cada ano – até 2020 – serão abertos 71 leitos. “Este é o escalonamento de ocupação projetado para evitar riscos”, afirma o superintendente.
Fonte SaudeWeb
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