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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Anvisa pode ser envolvida em processo por silicone

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pode ser envolvida em uma ação coletiva de pedido de indenização por causa das próteses de silicone francesas defeituosas vendidas no país.

A advogada Soraya Casseb de Miranda Barbosa, de São Paulo, diz que está buscando um grupo de pacientes com os implantes da Poly Implant Prothèse para elaborar a ação, envolvendo a Vigilância Sanitária brasileira e o governo francês.

Soraya é mulher do cirurgião André Luis de Miranda Barbosa, que tem consultório em São Paulo. Ele afirma que colocou as próteses francesas em cerca de cem mulheres, antes do veto à venda desse silicone em 2010.

"Quem foi desonesta foi a Anvisa. Eles tinham que fiscalizar e não fiscalizaram. É como quando você compra um xarope, você acha que a Anvisa analisou a medicação."

A Vigilância Sanitária afirma que não cabe a ela fazer a análise laboratorial, só checar a documentação apresentada pela importadora.

A advogada já havia entrado com uma ação de uma paciente de Barbosa, que teve a prótese do seio esquerdo rompida no ano passado.

O alvo foi a EMI Importação e Distribuição, que vendia as próteses PIP no Brasil. Por força de liminar, a empresa pagou custos das cirurgias de remoção e de troca do implante. "A empresa fechou, não paga mais nada. Quem paga a remoção das próteses das outras mulheres?"

Por enquanto, elas estão arcando com os custos sozinhas. Um par de próteses vale, em média, R$ 1.500. Os hospitais cobram cerca de R$ 2.500, e o médico pode variar de R$ 1.000 a R$ 10 mil. Mas alguns cirurgiões não cobram honorários nesses casos.

PREJUÍZO
A cabeleireira Vanessa Prust Konrad, 30, colocou as próteses PIP em 2008. "Dois anos depois, comecei a sentir dor." Seu médico entrou em contato com a distribuidora, que deu outro implante PIP para substituir o que havia rompido. "A troca foi no dia 29 de março de 2010. No dia 1º, a Anvisa proibiu a venda. Fiquei péssima."

Ela ainda se recuperava da cirurgia. O silicone havia se espalhado para a axila. "Fiquei dois meses sem trabalhar, tinha inchaço no braço."

Ela vai trocar as próteses PIP por um par de outra marca. Vanessa, de Joinville, diz que o médico não cobrou. "Mas o resto todo eu vou ter de pagar. Estou há um ano esperando que eles [a importadora] paguem, mas até agora, nada. Vou gastar de R$ 6.000 a R$ 7.000 pela troca."

A professora A.S., de Toledo (PR), também processa a distribuidora EMI. Ela diz que a empresa se recusou a dar uma nova prótese quando uma das suas rompeu, em 2010, três anos depois da colocação. Ela trocou os implantes há 30 dias e teve de pagar pelo procedimento.

"Fui muito maltratada pela empresa. Quando liguei falando que a prótese tinha rompido, me trataram como uma qualquer." A professora de 46 anos ficou com o silicone rompido no corpo por um ano e meio esperando a perícia pedida pela Justiça.

Ela comprou o implante de uma representante da EMI no consultório do cirurgião. "Ela alegou uma série de coisas boas sobre o silicone. Economizei um tempão para pagar. Estão brincando com a saúde das mulheres."

Fonte Folhaonline

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