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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Com status de superalimento, a chia é a nova querida dos nutricionistas brasileiros

Grão originário dos Andes é rico em ácido graxo ômega 3, bom para prevenir doenças cardiovasculares


Considerado um dos grãos mais eficazes na prevenção e diminuição do risco de problemas cardiovasculares, pressão alta, obesidade, colesterol e diabetes, a chia chegou no Brasil há pouco. Proveniente da região dos Andes, o alimento é considerado uma importante fonte de ácido graxo ômega 3 de origem vegetal.

De acordo com a nutricionista da Unidade de Doenças Cardiovasculares da Pontifícia Universidade Católica do Chile, Carolina Chica, pesquisadora do grão há quase 10 anos, a chia dispõe de proteínas de alto valor biológico, fibras e antioxidantes, o que confere ao alimento um poderoso aliado no combate aos radicais livres.

— Além disso, a chia tem ação anti-inflamatória e grande capacidade de absorção de glicose, ideal para a prevenção do diabetes e controle da insulina — afirma a especialista.

A aparência do grão de chia é próxima ao gergelim, porém com uma coloração mais escura. Uma de suas vantagens é que pode ser consumido em sua forma natural, sem a necessidade de trituração para obter seus nutrientes, como exigem alguns outros grãos. Pode ser utilizado no preparo de bolos, pães e massas, além de ser normalmente consumido com cereais matinais, sopas, saladas, iogurtes, sucos, vitaminas e frutas.

A grande vantagem da chia é a sua praticidade. Você pode consumi-la em sua forma natural, sem a necessidade de triturar ou moer.

Este alimento tem uma história curiosa: o grão era uma das principais fontes de alimentação dos povos andinos da era pré-colombiana, com plantio desde 2600 a.C. Era cultivado no México e na Guatemala e consumido principalmente pelos maias e astecas para aumentar a resistência física. No entanto, a chia também estava atrelada a rituais sagrados e servia como oferenda aos deuses dessas civilizações, o que despertou a ira de espanhóis católicos que viam a cerimônia como um ritual pagão. Com isso, seu cultivo foi extinto por séculos e só foi retomado no início da década de 90 por um grupo de pesquisadores argentinos em parceria com a Universidade do Arizona (EUA). Desde então, os cientistas têm se voltado para pesquisas com o grão.

Hoje, a chia pode ser encontrada na alimentação dos povos norte-americanos, canadenses, japoneses, australianos, mexicanos, chilenos e de grande parte da América Latina. Estudos científicos apontam seus benefícios na prevenção e no controle de diabetes, colesterol, hipertensão, e câncer de mama, entre outras doenças.

A fibra também é outro ponto importante a se considerar nesse superalimento. Em torno de 40% são fibras dietéticas, sendo 36% de fibra insolúvel e 5% de fibra solúvel. Muitos nutricionistas recomendam seu consumo como um aliado em dietas de redução de peso.

— Seu poder de emagrecimento está relacionado a elevada quantidade de fibras que proporcionam sensação de saciedade. Quando entram em contato com a água, essas fibras formam uma espécie de gel no estômago, dando sensação de saciedade — afirma a nutricionista Fernanda Granja.

Uma gordura essencial
:: O ômega 3 é um ácido graxo essencial. Trata-se de uma gordura importante para o organismo, mas que apesar de necessária, não é produzida pelo corpo humano. Em geral, os ácidos graxos essenciais regulam as funções do organismo e contribuem para a absorção de vitaminas, para a síntese de hormônios e previnem doenças cardiovasculares.

:: O ácido graxo ômega 3 tem um papel essencial nas membranas do sistema nervoso e é muito importante para o sistema cardiovascular. Ele impede a formação de trombos, faz com que o sangue flua melhor e protege a camada do endotélio. Além disso, cumpre uma função importante na parte elétrica do corpo como o coração, a retina e também na capacidade de aprendizado do indivíduo como a atenção e a memória, melhorando o desempenho intelectual.

Fonte Zero Hora

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