Especialista explica por que o trauma e o edema cerebral enfrentados pelo cantor Pedro Leonardo são preocupantes
Internado desde sexta-feira, depois de sofrer um acidente de carro, o estado de saúde do cantor Pedro Leonardo, filho do cantor sertanejo Leonardo, ainda é grave por conta de um quadro de traumatismo craniano e edema cerebral. As duas condições são velhas conhecidas da medicina e amplamente manipuladas pelos médicos, mas podem causar confusão em quem não está habituado aos termos.
“São fenômenos muito relevantes, mas que têm origens diversas e mecanismos diferentes”, explica o neurologista Charles André, da Academia Brasileira de Neurologia.
Qualquer batida na cabeça – até mesmo as ocasionadas por uma simples queda, que formam um galo – é um traumatismo craniano, ensina o médico. O que varia é a gravidade do quadro. Em geral, em casos mais graves é comum a perda de consciência ou o estado de confusão mental.
São justamente os traumas no cérebro que podem ocasionar o edema, outro problema enfrentado pelo cantor.
“Edema é o acumulo de líquidos dentro das células de tecido de um órgão e geralmente relacionado a alguma contusão. O líquido que está dentro dos vasos transborda. É um mecanismo comum em lesões, não apenas na cabeça”, explica Charles.
O quadro é potencialmente perigoso quando localizado no cérebro, diz o especialista. Como esse órgão é cercado por osso (crânio) e, por isso, não extensível, não há espaço para que esse líquido se acomode. O espaço limitado faz com que o líquido acumulado pressione as regiões localizadas em volta do local afetado.
“Uma lesão é suficiente para causar danos em outras áreas, e pode ter consequências graves”, alerta o neurologista.
O tratamento típico inclui o monitoramento de diversas funções do cérebro, como a pressão intracraniana (não pode estar alta ou acarreta lesões), a quantidade de oxigênio recebida e a produção de certas substâncias nocivas ao cérebro. Charles explica que em casos extremos, opera-se. Nos demais casos, são dados medicamentos para reduzir o edema.
“Os médicos agem proporcionalmente, vão se tornando cada vez mais invasivos. As intervenções podem ir de remédios a cirurgias de descompressão”, explica.
Fonte iG
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