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terça-feira, 29 de maio de 2012

7 passos para uma gestão profissionalizada

Especialista fala sobre o perigo de falsas OSs e OSCIPs, que visam exclusivamente abocanhar uma fatia de “novos negócios na saúde pública”

Por José Cleber do Nascimento Costa*

Este País parece mesmo destinado à prosperidade. Possui 48% da área de toda a América do Sul e tem 50,3% da população dessa região (mais de 190 milhões de brasileiros). Como se ainda não bastasse, tem 54,7% do PIB sul-americano. Só o Estado de São Paulo tem um PIB maior do que o argentino, e o do Rio de Janeiro é maior do que o do Chile. Nosso Brasil, definitivamente, cresce a passos largos.

Mas é ingenuidade pensar que todos os atores da saúde agem com as melhores intenções assistenciais, sem pensar em receitas, despesas, custos, lucros e sustentabilidade. Logo, o papel da administração profissional é cada vez mais imprescindível às organizações hospitalares. As técnicas de gestão de risco, acreditação, logística, cadeia de suprimentos, finanças, planejamento, entre outras, exigem que o hospital privado ou público, de qualquer esfera, esteja atualizado sobre todos esses temas.

Assim, seus gestores precisam se preocupar com uma administração moderna; conhecer o mercado e suas assimetrias; relacionar-se com as pessoas e com os profissionais envolvidos na prestação de serviços; procurar fontes de financiamento; saber o ambiente jurídico que as envolve, os sistemas de informações, as estatísticas setoriais, as técnicas de negociação e tantos outros aspectos, relevantes na direção de um hospital.

Hoje as PPPs – Parcerias Público-Privadas, na área de saúde, viraram linguagem comum no nosso meio. Tudo isso com um único objetivo: gerenciamento racional com qualidade, capacidade de investimentos, profissionalização, metas, controles, inclusive social, gerando sustentabilidade e perpetuidade.

Existem entidades sérias, tanto privadas como sem fins lucrativos, que estão interessadas em participar desses contratos, em função do lucro justo ou para cumprir suas funções estatutárias e sociais – e o fazem muito bem! Por outro lado, parece existir um verdadeiro berçário de falsas Organizações Sociais (OSs) e/ou Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), as quais produzem e registram estatutos, com diretores e artigos duvidosos e, que se cadastram em órgãos legais, visando exclusivamente abocanhar uma fatia de “novos negócios na saúde pública”, sem a preocupação real com a gestão profissional. Tais entidades podem representar um perigo real ao gestor público mas, sobretudo, geram sérios danos à sociedade em geral.

Também existem prestadores de serviços de infraestrutura hospitalar – das áreas de esterilização, coleta de resíduos sólidos, higienização, segurança, nutrição, lavanderia, manutenção predial e de equipamentos, engenharia clínica, entre outros – que estão se organizando em consórcios, com objetivo de tomar para si esses contratos e prestar seus serviços.

As lideranças políticas e os gestores terceirizados também precisam observar princípios, que garantam uma assistência adequada e uma evolução na qualidade de vida daquelas pessoas que buscam esse atendimento. Essa nova forma de a sociedade acessar os serviços de saúde é pluralista de pensamentos, mas precisa agir com gestão profissional. Para isso, fundamentalmente, é necessário:


1. Estudar orçamentos e planilhas financeiras em bases realistas, inclusive, provisionando os valores de rupturas de contratos;

2. Fazer uma excelente gestão de pessoas, na qual se garanta que no quadro existam profissionais com comprovada habilitação e experiência;

3. Estabelecer um programa de qualidade que assegure uma assistência digna aos cidadãos e um sistema de informações gerenciais, assistenciais e epidemiológicas;

4. Ter metas e prazos claros, com auditorias permanentes, visando evitar desvios e obter o perfeito alcance dos resultados;

5. Minimizar os riscos de desequilíbrio econômico-financeiro do contrato, com ajustes adequados e reajustes – tudo na forma da legislação vigente;

6. Criar uma operação eficiente e eficaz, que dê suporte aos atos médicos, de enfermeiros e dos demais profissionais de saúde;

7. Manter um plano diretor de obras que se coadune a um plano diretor de medicina.

Desta forma, as oportunidades para gestores profissionais de saúde e consultores especializados são cada vez melhores. A maior demanda dos hospitais tem sido por profissionais que auxiliem no diagnóstico institucional, na formulação de soluções eficientes e na operação/execução dessas diretrizes.

Por fim, somente gestores especializados em administração hospitalar, associados a equipes multidisciplinares formadas por engenheiros, arquitetos, médicos e demais profissionais, poderão dar uma resposta eficaz às demandas atuais das nossas instituições de saúde, uma vez que vivemos este momento único de prosperidade!

José Cleber do Nascimento Costa é administrador hospitalar, com mestrado pela Universidade Mackenzie, MBA pela FIA-USP, membro da Academia Brasileira de Administração Hospitalar, vice-presidente de Gestão Administrativa da ABDEH – Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (www.abdeh.org.br) e atual diretor geral do INDSH – Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (www.indsh.org.br).

Fonte SaudeWeb

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