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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Estudo mostra que testes clínicos muitas vezes não são suficiente

Conclusão é resultado da avaliação de mais de 96 mil estudos realizados nos últimos dois anos

A maioria dos testes clínicos para câncer , doenças cardíacas ou saúde mental são muito pequenos para fornecer evidências médicas adequadas, afirmou uma revisão da base de dados destes estudos dos Estados Unidos divulgada esta semana.

A análise publicada no Journal of the American Medical Association (JAMA) foi realizada por especialistas na Universidade Duke em colaboração com a Food and Drug Administration (FDA).

Esta parceria, conhecida como Clinical Trials Transformation Initiative (CTTI), examinou mais de 96 mil testes registrados a partir de setembro de 2010 com o site http://www.clinicaltrials.gov/, um registro americano iniciado em 1997.

Em 2007, o registro se tornou obrigatório para a maior parte - para os testes com drogas de intervenção e com dispositivos -, e os autores do estudo agora são obrigados por lei a registrar dados-chave, reportar resultados básicos e eventos adversos.

Os estudos escolhidos para revisão fazem parte da chamada "medicina de intervenção", na qual seres humanos se inscrevem para testar um tratamento específico para coração, câncer ou saúde mental.

Noventa e cinco por cento destes testes tinham menos de 1000 participantes, e 62% tinham 100 ou menos, segundo a análise.

"Embora existam muitos testes clínicos, pequenos, mas excelentes, estes estudos não poderão informar a pacientes, médicos e consumidores sobre as escolhas que eles devem fazer para prevenir e tratar doenças", afirma o principal autor do estudo, Robert Califf, do Duke Translational Medicine Institute, na Carolina do Norte.

Outra deficiência incluía a descoberta de que 66% dos testes foram conduzidos em apenas um centro de pesquisa, e 47% foram financiados por outras empresas que não indústrias ou Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos.

Além disso, muitos estudos tinham pouco em comum na forma como foram concebidos, implementados e "cegados" para evitar serem tendenciosos, e quase 60% não tinham um comitê para monitorar ou analisar os dados.

Alguns tinham até 71 resultados preliminares, tornando difíceis as comparações entre os estudos.

Revistas internacionais de ciência muitas vezes insistem que os estudos sejam registrados em um banco de dados, como o ClinicalTrials.gov, antes que possam ser considerados para publicação.

O banco de dados foi encomendado inicialmente pelo Congresso para ter certeza de que pacientes gravemente doentes poderiam ter acesso a testes clínicos em curso.

Mas um maior engajamento é necessário por parte de cientistas, médicos e pacientes, comitês de ética e patrocinadores, afirmou um editorial de acompanhamento de Kay Dickersin, da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health and Drummond Rennie, editor-adjunto do JAMA.

"Parece que, apesar dos progressos importantes, o ClinicalTrials.gov está crescendo pouco, em parte porque poucas informações estão sendo requeridas e coletadas, e mesmo quando pedem informações aos pesquisadores, ela não é necessariamente fornecida", escreveram.

"Se todos os pesquisadores e patrocinadores, assim como reguladores, estivessem engajados da mesma forma, isto poderia ajudar na adoção universal do registro de testes", acrescentaram.

Isso também pode "aumentar a integridade, validade e acessibilidade da informação nos registros; e restaurar a confiança pública nos pesquisadores, patrocinadores e na iniciativa dos testes clínicos".

Fonte iG

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