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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sigilo nas redes também depende dos profissionais de saúde

Para evitar a exposição desnecessária das instituições de saúde e manter o sigilo sobre informações do paciente, hospitais e laboratórios devem prestar atenção também nas redes sociais

Criada na década de 60 com o objetivo de descentralizar a dados e compartilhá-los com diversos computadores, a internet só se popularizou e ganhou a forma como a vemos hoje no início dos anos 90. Segundo pesquisadores, desde os anos 90 até meados de 2010, a humanidade gerou mais informação que em toda sua história.

Em 2011, segundo um relatório divulgado pela Pingdom, empresa de monitoramento de sites, o número de usuários da rede chegou a 2,1 bilhões. Nas redes sociais, como o facebook, o número de usuários já beira um bilhão e no Twitter o número de usuários registrados até o final de 2011 somava 250 milhões.

O alto número de usuários, tanto na rede social fundada por Mark Zuckerberg, quanto no microblog, fizeram delas os principais canais de comunicação de empresas de diferentes setores da economia com seu público, e no segmento de saúde não seria diferente.

Atualmente é comum encontrarmos hospitais, laboratórios e profissionais de saúde com perfis nas redes sociais compartilhando informação, discutindo casos e divulgando a própria marca.

Para ilustrar essa evolução tecnológica, a advogada especialista em direito digital e sócia do escritório Patricia Peck Pinheiro Advogados, Sandra Tomazi, dá como exemplo a Receita Federal, que deixou de aceitar declarações de imposto de renda e também o processo eleitoral brasileiro, que desde 2000, passou a ser totalmente eletrônico. “A saúde também passou por inovações e mudanças em sua estrutura. A prefeitura de Feira de Santana (BA), por exemplo, implantou um sistema de saúde integrado nas clínicas municipais. Além de melhorar o atendimento, também permitiu que a secretaria de saúde gerasse dados estratégicos para traçar o perfil dos profissionais adequados para o atendimento e estratégias de prevenção”, completa a advogada.

Outra grande evolução destacada por Sandra na TI em saúde é o prontuário eletrônico do paciente (PEP), que é considerado um documento com validade legal, e possui diversas vantagens sobre o papel. “O prontuário em papel nos traz uma série de limitações, como danos físicos, enquanto os dados eletrônicos contam com planos de redundância, além disso, o papel ocupa espaço, e quanto mais papel, menos leitos no hospital, pois o prontuário é um documento e precisa ser guardado por um determinado período pela instituição.”

O PEP no Brasil é regulado pelo CFM, pela resolução 1821/2007 e conta com a autenticação por meio da certificação digital e parametrização de segurança da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (Sbis).

Segurança
Aliada a estas diretrizes e regulamentações, Sandra destaca a importância da segurança dos dados, principalmente nesse momento onde informações são compartilhadas instantaneamente por meio das redes sociais. “O benefício dessas redes é a colaboração, compartilhamento e disseminação da informação direcionadas às temáticas de saúde e bem estar. É importante não confundir liberdade de expressão com vazamento de informação, como o caso de blogs e portais que discutem casos clínicos.”

Para evitar qualquer tipo de problema com vazamento de informação ou exposição desnecessária da entidade, a advogada orienta as instituições de saúde a tomarem algumas providências para se prevenirem.

• Não associar conteúdo pessoal ou de opinião pessoal as atividades profissionais.
• Não publicar informações de rotinas de trabalho.
• Não publicar informações confidenciais.
• Não praticar ofensas a outros membros da instituição.

Fonte SaudeWeb

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