Com remuneração entre R$ 6.000 a R$ 9.000, a procura por pessoas com expertise em gestão de qualidade e segurança do paciente cresce. Existem hospitais que oferecem remuneração diferenciada para tais profissionais
A evolução do nível de gestão das instituições de saúde brasileiras, reforçada pelo aumento no número de entidades acreditadas, amplia a demanda por profissionais com expertise em administração e em normas e padrões internacionais de qualidade e segurança. Abre-se, dessa forma, um novo campo de trabalho para enfermeiros, médicos, engenheiros, entre outros.
O número de hospitais acreditados no País ainda é incipiente, mas nos últimos anos a demanda tem crescido de forma exponencial. Atualmente, dos 6,5 mil hospitais brasileiros, apenas 200 são acreditados, enquanto países como Estados Unidos e Canadá possuem índices globais de acreditação que ultrapassam os 90%.
Entretanto, Para Francisco Balestrin, presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), que congrega 45 hospitais que possuem alguma acreditação, o certificado de qualidade já se tornou uma questão de sobrevivência dos players que atuam no negócio de saúde. “As instituições que não têm acreditação vão deixar de existir. O que eu gostaria é que a sociedade e as operadoras exigissem a acreditação como um filtro de quem fica e quem sai do mercado”, opinou Balestrin em debate sobre o tema realizado, em maio, na IT Mídia.
Carreira
A exemplo dessa tendência, em 2007, o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), representante exclusivo no Brasil da maior agência acreditadora em Saúde do mundo, a Joint Commission International (JCI), tinha 5 avaliadores e 25 consultores para atender, respectivamente, 12 instituições acreditadas e 24 em processo para acreditação. O ano passado, a equipe foi de 10 avaliadores e 52 consultores em acreditação para uma demanda de 33 instituições acreditadas e 95 em processo.
Os consultores fazem parte do time “pré-acreditação”, ou seja, são responsáveis pelo preparo dos profissionais da entidade que fará o processo de certificação. Os avaliadores conferem se os padrões de qualidade e segurança estão sendo aplicados.
“Hoje recebemos mais solicitações para ingressar na formação do CBA, que dura entre seis a dez meses”, conta o Coordenador de Educação e Diretor de Relações Institucionais do CBA, Heleno Costa Júnior.
Para ser um profissional do CBA é preciso estar formado por, pelo menos, dez anos e possuir cinco anos de experiência prática; e não pode estar há mais de dois anos afastado de atividades relativas ao setor.
“As maiores vantagens do trabalho são a experiência e o conhecimento adquirido. Você acaba vendo muitas iniciativas que deram certo”, conta o médico Sergio Eduardo Soares, que é consultor do CBA e diretor operacional do Grupo Acreditar, clínica oncológica de terapia intensiva e geriatria, tendo atuado como diretor clínico do Hospital Brasil, pertencente ao Grupo Amil.
A remuneração, segundo Costa, pode variar entre seis R$ 6.000 a R$ 9.000, dependendo da quantidade de projetos que o profissional trabalhe. Uma avaliação completa dura, em média, 40 horas semanais, divididas em cinco dias.
Já existem hospitais ofertando uma remuneração diferenciada para profissionais com experiência em acreditação, o diretor do CBA sabe de, pelo menos, três, mas não revela. Segundo ele, um hospital ofereceu acréscimo de 20% no salário para um cargo de gestão de qualidade, caso o candidato tivesse no currículo passagem por uma instituição acreditada.
Na opinião de Soares o ideal é fazer do trabalho uma atividade paralela ao exercício da medicina, mas garante que existem pessoas que vivem exclusivamente como consultores.
Fonte SaudeWeb
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