Apesar de distante, é possível estabelecer uma relação de confiança entre paciente e equipe médica, ofertar atendimento ágil, eficaz e de menor custo
Disposição para pagar, cada vez mais, por serviços personalizados de saúde e bem-estar, principalmente por meio de tecnologias baseadas na internet, caracteriza o perfil dos consumidores contemporâneos. A constatação é de pesquisa feita pela consultoria Frost & Sullivan, que estima que em 2015 a indústria de tecnologia em saúde movimentará US$ 121 bilhões na América Latina.
A integração entre as tecnologias de informação e os processos de comunicação tem revolucionado a organização dos sistemas de saúde no mundo. O futuro da Saúde parece estar atrelado a um conceito chamado eHealth, que utiliza de forma eficiente e efetiva as Tecnologias de Informação e Comunicação em Saúde (TICSs).
E, dentro deste “guarda-chuva”, estão aplicações como Prontuário Eletrônico do Paciente, Sistemas de Gestão Hospitalar, Sistemas de Telemonitoramento Remoto (TeleHealth), ou mesmo soluções como o Registro Nacional de Saúde são alvo de quase todas as nações que estão conseguindo ganhos de gestão e redução de custeio em seu “ecossistema assistencial”, segundo o consultor internacional em estratégias de utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação em Saúde (eHealth) Guilherme S. Hummel.
Na opinião de Josier Vilar, presidente da Pronep, empresa de medicina domiciliar, o monitoramento remoto (home care) é uma alternativa bem sucedida ao modelo hospilacêntrico brasileiro. “O hospital ser a porta de entrada do sistema é um erro. Não há recurso para dar suporte a esta estrutura. A atenção em domicílio, utilizando os recursos possíveis e existentes, é o que deve ser feito”, afirmou Vilar em painel sobre e-health, realizado durante a Feira Hospitalar.
Para um atendimento de telehomecare padrão é preciso profissionais especializados no modelo de atendimento – um dos maiores desafios do mercado, segundo gestores -, boa conectividade entre o paciente e a equipe terapêutica via internet ou linhas telefônicas, além do auxílio de dispositivos móveis que medem as funções fisiológicas dos pacientes, bem como aparelhos que facilitam a troca de informações entre os profissionais como tablets e smartphones.
A telehomecare desempenha um papel importante no cuidado de doentes crônicos e deficientes físicos. Dentre os benefícios listados por líderes de empresas de home care estão: diminuição de visitas domiciliares pela equipe terapêutica, menor tempo para avaliar um paciente, evita retrabalhos, maior conforto ao paciente, redução de custos, entre outros.
De acordo com a presidente da Dal Ben Home Care, Luiza Dal Ben, a avaliação da família e do respectivo domicílio, levando em consideração aspectos como saneamento, ventilação, luz, telefone, acesso, entre outros, é fundamental para o início da assistência. “Se os requisitos não atenderem os padrões básicos, nós não atendemos”, afirma de forma categórica Luiza.
A conscientização do paciente em relação ao serviço é de extrema relevância. “O paciente precisa entender a importância de passar as informações à equipe”, diz Luiza. Por isso, tal necessidade exige um preparo específico para que a equipe de home care, de característica multidisciplinar, consiga estabelecer essa relação de confiança. “Sofremos de um apagão profissional nesta área, pois a formação do Brasil é voltada para o hospital”, alerta.
Fonte SaudeWeb
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