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segunda-feira, 16 de julho de 2012

5% dos hospitais participam de ações da segurança em saúde, diz Vecina

De acordo com ele, segurança é o gerenciamento de riscos que provocam danos aos pacientes e o componente mais importante que os profissionais de saúde devem perseguir

Em sua participação no Safety Symposium, o superintendente corporativo do Hospital Sírio Libanês afirmou que atualmente cerca de 5% dos hospitais brasileiros estão participando de ações em prol da segurança em saúde. Outro problema é a falta de informações à sociedade a esse respeito.

O médico informa que há uma tendência de relacionar qualidade à quantidade. E ressalta que, na verdade, deve-se relacionar qualidade à repetição de um padrão. Para ele, segurança é o gerenciamento de riscos que provocam danos aos pacientes e o componente mais importante que os profissionais de saúde devem perseguir.

Vecina destaca que no final dos anos 1990 e início de 2000 vivemos o importante movimento das acreditações dos hospitais, um marco para a questão de serviços no Brasil e também no que tange a segurança. Entretanto, alerta que é preciso fazer mais.

Segundo o superintendente, praticamente não se tem dados de segurança e danos provocados em hospitais e na área de saúde como um todo. O Brasil possui, hoje, cerca de 700 hospitais, sendo 300 acreditados. Portanto, provavelmente esses dados existam, mas não são divulgados e não há previsão de políticas do governo neste sentido, diz Vecina.

O médico faz, ainda, a reflexão de que o risco está diretamente ligado à questão da gestão. “Para combater o erro, é preciso investir na informatização dos hospitais. Atualmente, apenas 15% da rede hospitalar em nosso país é informatizada e nenhum hospital brasileiro é 100% informatizado. É preciso mudar a visão de que investir em medidas de segurança é custo para a instituição, pois quem não se previne acaba gastando mais. Além disso, segundo ele, o erro tem que ser interpretado como ferramenta para implementar melhorias”.

O consultor de economia clínica na University Hospital Ulm, Franz Porzsolt, conta que esteve em alguns hospitais de São Paulo e se mostrou otimista com o cenário que encontrou. De acordo com Porzsolt, a segurança do paciente possui dois aspectos: a perspectiva do provedor da segurança e a da pessoa que é beneficiada. “É preciso parar de olhar o erro como atitude individual. Quando ele ocorre, não é o ser humano que falha, mas sim o sistema”, afirma.

O enfermeiro supervisor do Programa de Aprimoramento em Enfermagem em Controle de Infecção Hospitalar do HC-FMUSP, Dirceu Carrara, ressalta a importância dos enfermeiros para garantir a segurança nos procedimentos de saúde. Segundo ele, atualmente existem 1,5 milhão de enfermeiros no mercado, índice menor que o necessário para atender toda a demanda. Além deste déficit, Carrara alerta para a necessidade da criação de um modelo de gestão inspirado no que é adotado pela aviação mundial, onde todas as etapas seguem um protocolo regular e de rígido controle.

Investimentos na segurança dos processos, na capacitação de profissionais, na implementação de um sistema de ações informatizado para controlar as infecções, garantindo o uso seguro dos medicamentos, equipamentos médicos e práticas clínicas confiáveis são fundamentais neste sentido. A produção de pesquisas e dados científicos, além de uma comunicação franca com a sociedade a esse respeito, revelam-se um caminho urgente e necessário para garantir transparência e aproximar, ainda mais, a sociedade da causa médica para que, juntos, possamos nos aproximar da excelência no atendimento em saúde.

Fonte SaudeWeb

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